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Com cena política melhor, câmbio pode voltar para níveis mais baixos

Segundo economista Mário Mesquita, equipe do Ministério da Fazenda é "excepcional"

Economia|

Mário Mesquita acredita que tendência aponta para valorização do real frente ao dólar
Mário Mesquita acredita que tendência aponta para valorização do real frente ao dólar Mário Mesquita acredita que tendência aponta para valorização do real frente ao dólar

À medida que a situação política brasileira for melhorando, o câmbio pode registrar recuos significativos, segundo avaliação do ex-diretor do Banco Central e economista-chefe do Brasil Plural, Mário Mesquita.

"Como a sinalização mais recente do Federal Reserve é de que a elevação dos juros vai ser ainda mais lenta do que se esperava, e a gente não vê um 'crash' na China, se a situação política aqui for melhorando a tendência é do real se fortalecer perante o dólar", comentou em entrevista para o programa "Entre Nós", da TV Estadão.

Mesquita disse acreditar que o Banco Central, agora sob o comando de Ilan Goldfajn, vai gradativamente zerar seu estoque de swaps cambiais, atualmente em cerca de US$ 62 bilhões, o que pode retardar um pouco o processo de valorização do real. Mesmo assim, questionado sobre os investimentos que está fazendo como pessoa física, ele citou em primeiro lugar a posição comprada em real ante dólar.

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O economista disse que o Brasil passa por um momento de transição, provavelmente chegando ao fundo do poço da recessão mais intensa da história e começando a vislumbrar sinais de recuperação. Ele comentou que a transição também ocorre na gestão da economia, com uma equipe econômica que atribui ao setor privado preeminência na condução do movimento econômico. Outra transição é na política fiscal, que nos últimos anos se baseou no aumento de impostos e agora, sob o comando de Henrique Meirelles, busca a estabilização das contas públicas por meio do controle de gastos.

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"Meirelles se notabilizou ao longo de sua carreira pela capacidade de montar grandes equipes, e desta vez não foi diferente. Ele tem um time excepcional no Ministério da Fazenda e fez uma escolha muito feliz para o Banco Central. Não vai ser por falta de talento e capacidade de trabalho da equipe econômica que o governo vai ter problemas. Se houver problemas, será pela falta de apoio político", comentou.

Mesquita lembrou que o Brasil tem um histórico de inércia inflacionária e por isso o ritmo de alta dos preços não está recuando tanto, apesar da forte recessão. Segundo ele, este ano um outro tipo de preço administrado está subindo muito, que são os impostos e tarifas controlados por governos regionais e locais, como por exemplo água e esgoto. "Os Estados estão em uma situação financeira muito frágil, então aumentam os preços que controlam". Mesmo assim, ele acredita que a inflação deve perder força nos próximos meses. "A economia funciona com defasagens no tempo, as coisas não acontecem de forma simultânea. O efeito da recessão na inflação demora um tempo para se manifestar, e no caso brasileiro esse tempo é maior em função da indexação".

O representante do Brasil Plural também se mostrou relativamente otimista com os prospectos para a economia brasileira. "Não vai ser difícil começar a ver surpresas positivas, especialmente partindo de onde se parte, do pessimismo que até pouco tempo dominava a formação de expectativas".

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