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Com dólar oscilante, brasileiro adia decisão sobre férias de julho

Setor já ajusta ofertas e serviços para atender os turistas com receio de viajar

Economia|

Nos primeiros meses do ano, as promoções do setor contribuíram para a movimentação das vendas das agências
Nos primeiros meses do ano, as promoções do setor contribuíram para a movimentação das vendas das agências Nos primeiros meses do ano, as promoções do setor contribuíram para a movimentação das vendas das agências

A volatilidade do câmbio tem deixado o brasileiro mais retraído e hesitante em fechar viagens para a alta temporada, em julho, o que está levando o setor de turismo a ajustar ofertas e serviços para atender um consumidor com receio de gastos elevados no exterior.

Neste ano, o volume de pacotes já vendidos pelas agências para viagens nacionais e internacionais em julho até o momento está 15% menor do que no mesmo período de 2014, segundo dados da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens).

Em 2014, a partir de março, já se verificou um movimento de passageiros confirmando viagens, segundo o vice-presidente de Relações Internacionais da Abav, Leonel Rossi Junior. Já em 2015, o consumidor está tendendo a deixar a tomada de decisão para mais perto de julho.

— As coisas vão começar a acontecer [com mais intensidade] a partir de 15 de maio.

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Junior acrescenta que o que tem afugentado o consumidor não é apenas o câmbio mais alto, mas principalmente sua instabilidade.

O dólar subiu cerca de 30% ante o real desde a mínima de 2015 em janeiro até a máxima em meados do março. Desde então, a divisa norte-americana se desvalorizou ante o real, mas ainda se mantém nesta quarta-feira (15) acima de R$ 3.

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Nos primeiros meses do ano, apesar da alta do dólar, as promoções do setor contribuíram para a movimentação das vendas das agências.

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No caso da CVC, as ofertas promocionais de companhias aéreas e hotéis diminuíram o valor médio gasto pelo cliente em 7% no primeiro trimestre, o que ajudou o volume de passageiros a crescer 20%. As reservas confirmadas da empresa subiram 11,3%, para R$ 1,27 bilhão.

Muitas companhias aéreas optaram por fazer promoções no início do ano para ocupar as aeronaves, em meio à fraqueza da demanda corporativa e em um momento em que o dólar mais alto elevou seus custos, ao mesmo tempo que dificultou que se beneficiassem da queda do preço do petróleo.

Segundo o presidente da CVC, Luiz Eduardo Falco, apesar da queda dos preços de passagens e hotéis, o negócio das operadoras de turismo se mantém resiliente, pois os preços costumam cair em menor proporção do que sobe o volume de passageiros, atraídos pelas ofertas.

Apesar da maior espera do consumidor para fechar pacotes para a alta temporada, Falco disse não esperar anormalidades em julho.

— Muitos entendem que consumo de férias é discricionário. [...]Ninguém deixa de tirar férias porque o governo está fazendo um ajuste fiscal, mas adapta um pouco mais a viagem, quem ia para Nova York vai para o Caribe, quem ia para o Caribe vai para o Nordeste.

Como a CVC atende principalmente o público que viaja para tirar férias, e não os que querem principalmente fazer compras, Falco não vê diminuição dos negócios da operadora.

Adequação ao orçamento

Para estimular o consumidor que não quer deixar de viajar, mas está mais preocupado com o valor final da conta, agências e operadoras de turismo têm trabalhado para adequar os pacotes ao seu orçamento, com o corte da categoria de hotéis e restaurantes, por exemplo.

Uma estratégia que está sendo tomada pelo setor para aumentar a previsibilidade dos gastos dos consumidores está sendo agregar aos pacotes de viagens um maior número de produtos com antecipação.

A vice-presidente da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), Magda Nassar, comenta que um planejamento melhor pode deixar os planos mais realistas.

— Normalmente, não se pensa em comprar um 'city tour', um ingresso de teatro ou um voucher para comer em restaurante antes. Mas isso organiza muito a viagem, é transformado em reais e pagado parcelado.

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Ao mesmo tempo, tem ocorrido certa migração destinos, também influenciada pelo barateamento do euro contra o dólar.

Segundo levantamento encomendado pelo site Skyscanner a um braço do Ibope, houve uma queda de 12% em buscas de passagens aéreas internacionais para os Estados Unidos a partir do Brasil de 5 a 30 de março sobre o mesmo período de 2014.

Enquanto isso, a busca de brasileiros por voos domésticos aumentou cerca de 34 por cento em igual intervalo, também de acordo com o Skyscanner, que permite pesquisas online de passagens aéreas, hospedagem e aluguel de carros.

Segundo Falco, da CVC, a companhia observou aumento do fluxo para a Europa e para a América do Sul, embora o destino internacional preferido dos brasileiros permaneça sendo Miami.

A Abav espera crescimento de 5 por cento dos passageiros em voos domésticos em 2015, não apenas pelo fator cambial, mas também como um movimento natural, com novos consumidores, como os da classe C, viajando com pacotes que passaram a caber em seu orçamento.

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