Lava-rápidos, restaurantes e lavanderias buscam soluções
Getty ImagesO nível dos principais reservatórios responsáveis pelo abastecimento da capital paulista segue em baixa e já faz com que alguns setores do comércio sejam afetados pela crise. Lava-rápidos, restaurantes e lavanderias são algumas das atividades que procuram por soluções para não perder clientes em função da falta de água.
Apesar de ter marcado a primeira alta após 101 dias na semana passada, o volume do Sistema Cantareira voltou a registrar quedas consecutivas e já aparece com menos de 10% de sua capacidade mesmo com a utilização do volume morto. A situação do reservatório do Alto Tietê também não é das melhores e registra recuos de, em média, 0,1% por dia.
Fernanda Macuco, proprietária do restaurante Jardim Secreto, em Perdizes, diz ter sofrido pela primeira vez com a falta de água na última quinta-feira (4), quando o serviço de abastecimento foi cortado e atrasou parte dos serviços da cozinha.
— Eu não sei dizer se foi racionamento ou algum problema, porém, fiquei um pouco assustada (...) Ainda bem que, para a cozinha e as demais áreas, a gente tem a caixa d’água do restaurante.
Leia mais sobre Economia e ajuste suas contas
Segundo Fernanda, o alerta da última semana a fez tomar uma decisão que traz custos adicionais para o restaurante, mas evita problemas futuros, como a perda de clientes.
— Fiz o religamento de uma torneira que traz água da caixa diretamente para a pia de louça.
O gerente operacional da rede de lavanderias Quality, Ricardo Monteiro, avalia que duas ou três franquias do sistema foram afetadas pela crise, o que, de acordo com ele, não preocupa em um primeiro momento, porque as lojas “estão dotadas com uma caixa um pouco maior”.
— Um dia [sem água] a gente consegue suprir sem problema nenhum. Porém, se houver uma falta de água por mais de dois dias, você faz uma opção por um caminhão-pipa para não ficar sem.
Alternativas
Algumas das empresas que necessitam do recurso natural para sobreviver buscam formas alternativas para trabalhar e, ao mesmo tempo, economizar água. Marcos Mendes, diretor da Acquazero, empresa voltada para a realização de lavagens automotivas a seco, afirma que “é um crime usar 300 litros de água potável para lavar um carro”.
— Na lavagem ecológica utilizamos de 300 ml a 1,5 litro de água para limpar um carro. Já na lavagem convencional utiliza-se de 300 a 900 litros.
Seja bombardead@ de boas notícias. R7 Torpedos
Segundo o economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) Marcel Solimeo, a crise afeta o comércio de maneira geral, sem distinção entre os pequenos e grandes comerciantes.
— Todos os setores estão procurando se adaptar para um consumo menor, mas cada um de acordo com o seu negócio.
Emiliano Oliveira, diretor de operações da rede de restaurantes Divino Fogão, diz que apesar de a crise não preocupar as lojas por elas estarem todas instaladas em shoppings, novas alternativas são usadas há alguns anos para diminuir os gastos com água nas franquias.
— As nossas lojas já estão equipadas com a torneira de pedal, que geram uma economia de 20% (...) Os restaurantes também trabalham com máquinas de lavar e a economia [de água] proporcionada por elas é extraordinária.
O ramo de lavanderias, apesar de também não ter dores de cabeça com a crise que afeta os sistemas de abastecimento de São Paulo, indicam soluções criativas para economizar o principal recurso utilizado por eles. De acordo com o gerente operacional da Quality, a rede pensa em criar um sistema de reutilização da água.
— Mais para frente, a gente está querendo fazer alguma coisa para reutilizar a água final do processo, que é a água em que se coloca o amaciante na roupa e, muitas vezes, é uma água limpa.
Quer fazer compras online? Use o R7 Ofertas
Moda, esportes, política, TV: as notícias mais quentes do dia