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Dólar fecha em queda a R$ 5,02, menor valor em mais de um ano 

Movimento reflete percepção do mercado financeiro de um cenário doméstico mais favorável para investimentos

Economia|

Com queda de 0,96%, moeda fechou a R$ 5,0224, nova mínima desde 10 de junho de 2020
Com queda de 0,96%, moeda fechou a R$ 5,0224, nova mínima desde 10 de junho de 2020 Com queda de 0,96%, moeda fechou a R$ 5,0224, nova mínima desde 10 de junho de 2020

O dólar encerrou a segunda-feira (21) em forte queda contra o real, refletindo a fraqueza da divisa norte-americana no exterior e a percepção de um cenário doméstico mais favorável para investimentos.

O dólar negociado no mercado interbancário teve queda de 0,96%, a R$ 5,0224, nova mínima desde 10 de junho de 2020 (R$ 4,9398). O dólar futuro de maior liquidez caía 1,35%, a R$ 5,027.

Esse comportamento veio em linha com o exterior, com o dólar cedendo cerca de 0,4% contra uma cesta de moedas fortes. Rand sul-africano e peso mexicano, dois dos principais pares do real, trabalhavam com ganhos acentuados nesta segunda-feira.

O arrefecimento global da divisa dos Estados Unidos nesta segunda-feira veio na esteira de um rali na semana passada, após o Federal Reserve antecipar as projeções para seu primeiro aumento de juros pós-pandemia para 2023, abrindo ainda a discussão sobre quando e como pode ser apropriado começar a reduzir suas compras mensais de ativos.

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Também colaborando para a alta do dólar na semana passada, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse que está entre as sete autoridades do banco central norte-americano que esperam que medidas mais agressivas - como um aumento de juros já em 2022 - contenham a inflação nos EUA.

Juros mais altos nos EUA tendem a favorecer a moeda norte-americana com o ingresso de recursos de investidores que buscam retornos mais altos em um país considerado seguro.

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Apesar de um susto inicial nos mercados, o aperto monetário do Fed "é um movimento que vai acontecer lá para o final de 2022 ou em 2023", disse à Reuters Marcos Weigt, head de tesouraria do Travelex Bank, beneficiando ativos de risco por ora. "A liquidez vai continuar."

Além disso, ressaltou, "nosso BC também foi mais 'hawkish', e deixou a porta aberta para alta de até 1% na Selic", o que tem sido um fator de impulso para o real.

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Na semana passada, o Banco Central promoveu a terceira alta consecutiva de 0,75 ponto percentual da taxa Selic, a 4,25%, e anunciou a intenção de dar sequência ao aperto monetário com uma nova alta de pelo menos a mesma magnitude em seu próximo encontro.

Nesta segunda-feira, a pesquisa semanal Focus mostrou que o mercado vê agora a taxa básica de juros em 6,50% ao final de 2021, de 6,25% na pesquisa anterior. Para 2022, permanece a projeção de que a taxa ficará em 6,50%.

"Temos vários estrategistas reajustando as perspectivas de crescimento para cima e expectativa de entrada de dinheiro nas empresas brasileiras. Somando-se a alta de juros, já temos algum incentivo para 'carry trade'", disse Weigt.

Estratégias de "carry trade" beneficiam o real e consistem na tomada de empréstimos em moeda de país de juro baixo e compra de contratos futuros da divisa de juro maior. O investidor, assim, ganha com a diferença de taxas.

Na terça-feira, será divulgada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Com a divulgação do documento, "o Banco Central poderá explicitar com mais detalhe o seu cenário básico e os riscos para a política monetária", avaliaram em nota analistas do Bradesco. "O mercado estará atento à leitura do BC sobre a inflação (corrente, bem como as expectativas) e atividade e buscará os sinais sobre seus próximos passos, após a autoridade monetária indicar uma normalização completa da taxa de juros".

O dólar acumula queda de aproximadamente 3,26% contra o real até agora em 2021.

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