Para chefe do Departamento Econômico do BC, as despesas com viagens cresceram 18% em 2013
Paulo Vitor/Estadão ConteúdoO chefe do Departamento Econômico do BC (Banco Central), Tulio Maciel, previu nesta sexta-feira (24) que a elevação do dólar em relação ao real deve influenciar as despesas com viagens nos próximos meses. Em encontro há um mês com jornalistas, o técnico já havia previsto uma diminuição da expansão desses gastos por conta do câmbio, o que acabou não ocorrendo.
Ele comentou que o aumento de viagens reflete a elevação da renda real da população. "À medida que permanece o aumento de renda real de 2,5%, é um fator que estimula o aumento dessas despesas de viagens. A renda é que é fundamental", disse.
Maciel disse, porém, que o dólar tem impacto nessa conta. "É possível que o dólar mais elevado venha a se refletir nos próximos meses", projetou. Ele salientou que as despesas com viagens cresceram 18% em 2013 na comparação com o ano anterior.
"Este ano moderou de forma significativa, mas ainda temos recordes", admitiu. O crescimento da despesa líquida foi de 15% em setembro sobre o mesmo mês do ano passado, enquanto a bruta registrou alta de 11% no período. "A característica dessa rubrica é de crescimento gradual ao longo do tempo. É importante perceber que há um crescimento, mas ao mesmo tempo moderação", considerou.
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O técnico salientou que, em outros momentos, o crescimento dessa conta já foi de 25% e isso chamava mais a atenção. No acumulado do ano até setembro, a alta está em 4,5%. Questionado sobre se o aumento de viagens não preocupava o BC por conta das compras de produtos industrializados adquiridos no exterior, Maciel disse que o objetivo de viagens internacionais é "turismo ou negócio".
Dados parciais
Maciel apresentou também os dados parciais de algumas rubricas das contas do setor externo. Todos os números são de outubro, até o dia 22.
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De acordo com ele, o saldo líquido de viagens está negativo em R$ 3 bilhões (US$ 1,2 bilhão) no período, com receitas de R$ 842 milhões (US$ 337 milhões) e despesas de R$ 3,8 bilhões (US$ 1,537 bilhão). No caso de computação e informação, a rubrica está negativa em US$ 1,68 bilhão e no de pagamento de royalties, em R$ 2,72 bilhões (US$ 1,09 bilhão). Já aluguel de equipamentos registra um saldo negativo no período de R$ 2 bilhões (US$ 825 milhões).
Maciel informou também que até 22 de outubro ingressaram R$ 309 milhões (US$ 124 milhões) em ações negociadas no País. A parcial para renda fixa negociada no País mostra ingresso de R$ 224 milhões (US$ 90 milhões). "A abertura do Global 2025 com liquidação no início do mês teve influência", disse. O Banco Central ainda divulgou a parcial para taxa de rolagem, também até 22 de outubro. A taxa total, nessa parcial, está em 110%. Para papéis, em 158%; para empréstimos diretos, 100%.
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