O dólar fechou esta segunda-feira (19) em forte alta ante o real. Com a valorização de 1,6%, a moeda norte-americana alcançou o patamar de R$ 4,0677 na venda, maior nível de fechamento desde 20 de maio, quando o dólar fechou o dia negociado a R$ 4,1048.
Na máxima do dia, a cotação do dólar atingiu os R$ 4,0760. Na B3, o dólar futuro de maior liquidez se valorizava 1,48%, a R$ 4,0705.
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A valorização da divisa foi guiada pelo fortalecimento global da moeda em meio a mais dúvidas sobre a disposição do Federal Reserve, banco central dos EUA, de cortar novamente os juros, movimento que pode aumentar a oferta de moeda em países como o Brasil.
A próxima marca a ser rompida pelo dólar é R$ 4,10, seguida pela máxima de maio (R$ 4,10485). Deixados para trás esses dois níveis, a moeda caminharia para picos registrados em setembro do ano passado, quando a divisa chegou a flertar com R$ 4,20, em meio à forte volatilidade antes das eleições presidenciais no Brasil.
Os mercados haviam golpeado o dólar entre meados de maio e de julho, confiantes na expectativa de que o Fed cortaria os juros de forma agressiva. Recentemente, o Fed reduziu a taxa básica, mas emitiu sinal mais rigoroso do que o esperado.
"[Recentes] Dados de consumo e inflação nos EUA enfraqueceram a possibilidade de que o Fed vai cortar os juros preventivamente, mantendo o tema sobre inversão das curvas de juros, saídas de recursos de emergentes e mercados de ações mais fracos", disseram estrategistas do Morgan Stanley em nota a clientes.
Real desvalorizado
O real acumula queda de 6,16% em agosto, o que deixa a moeda brasileira com a terceira maior queda entre mais de 30 pares do dólar neste mês, a despeito da aprovação da reforma da Previdência pela Câmara dos Deputados.
Para o Morgan Stanley, o real já está entre as moedas mais baratas do universo emergente. Os profissionais destacam ainda que as posições continuam amplamente negativas em relação à moeda doméstica, o que ao mesmo tempo piora a relação risco/retorno de se montar novas posições contrárias ao real.
"Ainda assim, preferimos expressar nossa visão [otimista] para o real ao confrontá-lo com outras divisas emergentes", acrescentaram em nota.