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Dólar se mantém em alta, apesar das exportações de commodities

Alta taxa de vendas pelo Brasil não se traduziu em queda na moeda americana, que deve acumular alta próxima de 8% em 2021

Economia|

Presidente do BC afirmou que dólar não cai por causa da imprevisibilidade fiscal no Brasil
Presidente do BC afirmou que dólar não cai por causa da imprevisibilidade fiscal no Brasil Presidente do BC afirmou que dólar não cai por causa da imprevisibilidade fiscal no Brasil

A entrada de dólares no Brasil, puxada pelas exportações de commodities, não tem sido suficiente para colocar a moeda americana em patamares mais acomodados. Após ter subido cerca de 30% ante o real em 2020, o dólar à vista acumula alta próxima de 8% em 2021. Em tese, ao receber mais dólares com a exportação de commodities, o Brasil deveria passar por um processo de desvalorização da moeda americana - o que não está ocorrendo.

“É a primeira vez que as cotações das commodities sobem e os países produtores pioram no câmbio”, comentou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em um evento recente. Para ele, esse comportamento atípico ocorre devido à deterioração fiscal e ao aumento da dívida dos emergentes no enfrentamento da pandemia de covid-19.

Com a demanda global por commodities, os preços em reais de produtos como soja e milho têm aumentado, o que traz pressão adicional sobre a inflação brasileira. Embora o fenômeno era tratado como passageiro no ano passado, o BC já reconhece que seus efeitos sobre a inflação são mais duradouros que o esperado. Este foi um dos fatores considerados pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do BC no mês de março, quando a Selic (a taxa básica de juros) foi elevada de 2% para 2,75% ao ano.

Para o economista Bruno Lavieri, da 4E Consultoria, o dólar não tem cedido ante o real porque a exportação de commodities é apenas um dos fatores de influência sobre as cotações. “Há muita coisa acontecendo. Ao mesmo tempo em que o País exporta bastante e cria um superávit na balança comercial, ocorrem saídas no resto do balanço”, pondera. “É o caso dos resultados de Investimento Direto no País (IDP) e portfólio. Além disso, as expectativas em relação ao futuro do real não são animadoras”, completa.

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O professor Michael Viriato, do Insper, destaca que o Brasil conseguiu aproveitar melhor o último boom das commodities (2003/2007), porque o País vinha em uma trajetória de melhora na condição fiscal, que começou ainda no governo FHC e continuou nos primeiros anos do governo Lula.

“O câmbio sempre responde ao crescimento econômico e à capacidade de pagamento do País. Lá atrás, o contexto internacional era favorável e o Brasil crescia impulsionado pelo crédito e melhorava seus indicadores fiscais. Agora o mundo está se recuperando, mas o Brasil está um pouco atrasado e com piora nas contas públicas.”

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