Às 10h21, o dólar avançava 1,60%, a R$ 3,7107 na venda
ReutersO dólar avançava mais de 1,5% e voltava acima de R$ 3,70 nesta terça-feira (15), reagindo ao aumento das chances de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir um ministério e ao quadro de aversão a risco no exterior.
Operadores entendem que a volta de Lula ao governo serve como a última linha de defesa contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e pode levar a eventual mudança da política econômica no sentido de afrouxar o comprometimento com a recuperação das contas públicas.
Às 10h21, o dólar avançava 1,60%, a R$ 3,7107 na venda, depois de atingir R$ 3,7360 na máxima da sessão, com alta de mais de 2%. No pregão passado, a moeda norte-americana já havia saltado 1,71% diante do cenário político.
"Se o governo der uma guinada populista agora, o país vai piorar cada vez mais rápido", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho, acrescentando que a possível volta de Lula para o governo "reduz a chance de impeachment e prolonga a discussão. É a última cartada".
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Lula viaja a Brasília nesta terça-feira (15) para conversar com a presidente Dilma e fechar sua ida para a Casa Civil ou para a Secretaria de Governo. O ex-presidente estaria negociando, segundo noticiou a imprensa, mudanças na política econômica.
Lula ficaria encarregado das relações políticas, em um momento em que o PMDB, principal partido da base aliada, dá sinais de que pretende se afastar do governo, com alguns membros do partido apoiando o processo pelo impeachment de Dilma.
A perspectiva de mudança no governo agrada muitos investidores, que acreditam que o movimento pode ajudar a pavimentar o caminho para a recuperação da economia brasileira. Alguns ressaltam, porém, que o quadro de incertezas serve de entrave para o reequilíbrio econômico.
Nesta sessão, a alta do dólar frente ao real vinha também em linha com os mercados externos, onde predominava a aversão a ativos de maior risco. A queda dos preços do petróleo — reflexo de preocupações com as perspectivas para a oferta — e a decepção com a falta de novos estímulos pelo banco central do Japão mantinham o ambiente de apreensão.
"Se não bastasse a pressão que vem de dentro nesses dois últimos pregões, o (quadro) exterior também não ajuda", disse o operador de uma corretora internacional.
O Federal Reserve, banco central norte-americano, anuncia sua decisão sobre os juros na quarta-feira. Espera-se que o Fed mantenha os juros, mas o comunicado será monitorado de perto em busca de pistas sobre sua estratégia para quando voltará a elevar as taxas.
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro fará mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em abril, que equivalem a US$ 10,092 bilhões, com oferta de até 9.600 contratos.
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