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Efeito no mercado financeiro deve ser de curto prazo, dizem analistas

Avaliação é que eventos prejudicam imagem do país, mas vão cair mais no colo do ex-presidente Bolsonaro que no do novo governo

Economia|

Manifestantes invadem o Congresso Nacional, em Brasília
Manifestantes invadem o Congresso Nacional, em Brasília Manifestantes invadem o Congresso Nacional, em Brasília

Analistas do mercado financeiro acreditam que a invasão em Brasília é um fator muito negativo para a imagem do país no exterior, mas que não deve produzir efeitos duradouros. Isso porque o ocorrido não implica mudança estrutural no jogo político, no sentido de reversão da ordem institucional. Pelo contrário, o extremismo tende a reforçar o novo governo, conforme diz parte dos analistas.

“Não haverá uma mudança institucional, uma interferência na política por esse tipo de questionamento violento, direto. É um ruído que pode ter um efeito de curtíssimo prazo (no mercado financeiro), especialmente na abertura de amanhã [segunda-feira, 9], mas não tende a durar. Está muito volátil ainda a situação, é preciso esperar e ver como as coisas vão evoluir. Em Nova York, quando houve a invasão do Capitólio, não teve efeito, não fez preço”, observa Nicolas Merola, analista da Inv, acrescentando que os investidores seguem atentos à economia e aos primeiros passos do novo governo, principalmente com relação à condução da política fiscal.

“Teremos de esperar o final de tudo isso, mas é um acontecimento que só prejudica a imagem do Brasil”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora, que considera que o episódio tende a “cair na conta” do ex-presidente Jair Bolsonaro, e não do governo atual. Para o especialista, o vandalismo em Brasília pode ter o efeito inverso ao pretendido pelos manifestantes, com o fortalecimento do governo Lula.

“Embora manifestações fossem esperadas, o nível de violência surpreendeu. Atos criminosos graves, de vandalismo, e que terão repercussão institucional, e internacional, extremamente negativa. A Bolsa brasileira tinha se desligado do ruído sobre ruptura institucional. É possível que tenha efeito negativo, certamente, mas esses atos não terão a consequência que se pretendia, não vão derrubar o governo”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus.

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Ainda assim, os eventos do domingo podem afetar a “percepção de governabilidade”. “Lula tem agora situação completamente diferente da de 2003. Voltamos a ver coisas semelhantes às vistas há dez anos [em 2013, durante o governo Dilma Rousseff]. Lula tende a ficar mais com os pés no chão, mas o que aconteceu enfraquece também a direita, que vinha forte para o Congresso [na próxima legislatura]”, acrescenta Spiess.

Efeito Capitólio

Os analistas avaliam que é preciso lembrar o que ocorreu na invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021, por partidários do presidente derrotado Donald Trump, para tentar antever o que poderá acontecer aqui, amanhã, na Bolsa e em outros ativos brasileiros, como o câmbio e os juros futuros.

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Há pouco mais de dois anos, em um dia que se mostrava até então positivo para os índices de ações em Nova York, o vandalismo visto em Washington não foi o suficiente, então, para impedir que o índice Dow Jones se encerrasse em alta de 1,44%, em máxima histórica de fechamento. Na contramão de Dow Jones e S&P 500 (+0,57%), o Nasdaq cedeu apenas 0,61%, naquela mesma sessão, marcada pela afronta de extremistas à democracia americana.

Os tiros e os mortos na invasão do Capitólio não impediram que, no dia seguinte, em 7 de janeiro de 2021, o Nasdaq também se recuperasse e que os três índices de referência das bolsas de Nova York fechassem, então, em nível recorde.

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