Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central
Wilson Dias/Agência BrasilCom a deterioração das expectativas de inflação no horizonte relevante do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central), o mercado financeiro elevou pela segunda semana consecutiva a projeção para a taxa Selic no fim de 2023 no Boletim Focus.
A mediana subiu de 12% para 12,25%, contra 11,75% há um mês. Para 2024, por sua vez, a projeção permaneceu em 9%, de 8,5% há quatro semanas.
Considerando apenas as 28 respostas dos últimos cinco dias úteis, porém, a mediana para o fim de 2023 cedeu de 12,25% para 11,88%.
No Copom de dezembro, o BC manteve pela terceira reunião consecutiva a taxa Selic em 13,75% ao ano. A autoridade monetária também reforçou o alerta fiscal e citou que há "elevada" incerteza sobre o futuro do arcabouço para as contas públicas.
Depois, na coletiva de imprensa do RTI (Relatório Trimestral de Inflação), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a autoridade monetária olharia o impacto nas expectativas de inflação da maior "sensibilidade fiscal" do mercado.
Na divulgação desta segunda-feira, no Boletim Focus, as medianas para a inflação oficial de 2023 e 2024, anos na mira do Copom, subiram para 5,31%, acima do teto da meta (4,75%), e 3,65%, afastando-se do alvo central (3%), respectivamente.
Para o fim de 2025, conforme o Boletim Focus, a mediana para a Selic permaneceu em 8%, mesmo percentual de quatro semanas antes.