SÃO PAULO (Reuters) - A multiplicação das empresas de tecnologia de serviços financeiros, as chamadas fintechs, vai pressionar as margens de lucro dos bancos no Brasil nos próximos anos, disse nesta terça-feira o presidente-executivo do Itaú Unibanco, Roberto Setubal.
Segundo ele, isso levará os bancos a intensificarem o uso de tecnologias como computação em nuvem e blockchain para reduzir custos. "As margens vão cair e os custos, também", disse Setubal durante palestra em no Ciab, evento de tecnologia da Febraban. "Se souber fazer a coisa direito a equação fecha."
Segundo o executivo, esse movimento reflete em parte a forte migração das transações bancárias para canais eletrônicos, especialmente o telefone celular, o que está rapidamente eliminando o uso das agências físicas.
"Como já acontece nos Estados Unidos e na Europa, no Brasil os bancos já discutem reduzir o número de agências", disse, enfatizando que o banco está apostando na ampliação do conceito de agências digitais.
O modelo, iniciado pelo banco no começo de 2014, tinha 108 agências no final do primeiro trimestre. No período, o número de agências físicas do Itaú caiu de 3.914 para 3.750.
As declarações de Setubal vêm num momento em que os grandes bancos brasileiros se apressam a desenvolver inovações internamente para enfrentar a rápida multiplicação das fintechs.
Segundo Setubal, o Itaú Unibanco já deve começar no segundo semestre a usar a tecnologia de armazenamento de dados e cálculo de computadores e servidores interligados por meio da internet, o cloud computing.
Uma próxima fronteira que terá que ser explorada pelos bancos do país, segundo o executivo, é o blockchain, sistema que faz a intermediação de pagamentos feitos por meio de moedas eletrônicas, as bitcoins.
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(Por Aluísio Alves)
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