Quase todo brasileiro já recebeu um e-mail supostamente de um banco com anexos para serem abertos. Muitos deles são spam e tem como objetivo espalhar vírus para conseguir dados dos usuários.
Segundo o Cert.br (Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil), houve 59.319 fraudes em 2017. O Centro determina que a categoria "fraude" engloba "as notificações de tentativas de fraudes, ou seja, de incidentes em que ocorre uma tentativa de obter vantagem". Estes dados incluem ataques com finalidade de obter vantagens financeiras.
A maior parte das tentativas de fraudes (85,32%) foram feitas por meio de páginas falsas, ou seja, tentativas de fraude com objetivos financeiros envolvendo este tipo de ferramenta.
Outros 8,43% foram tentativas de fraude também com objetivos financeiros envolvendo o uso de cavalos de tróia — um tipo de vírus. Outros tipos de fraude registraram 6,25% das ocorrências.
Alguns golpes conhecidos são: pedirem senhas por telefone, e-mails falsos de bancos, sites falsos para conseguir os dados de clientes ou pesquisas de internet falsas.
A economista do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) Ione Amorim afirma que a primeira atitude a tomar quando sofre um golpe bancário é procurar o banco.
— A primeira recomendação e comunicar o banco para que o consumidor tenha ciência que o banco registrou a ocorrência.
Ione recomenda que o consumidor afetado realize a ligação ao banco por meio de um telefone fixo, porque certos golpes cometidos por meio do celular, bloqueiam a ligação. Dessa forma, a pessoa pode achar que está falando com um agente do banco, mas na verdade está em contato com os responsáveis pela fraude.
O ideal é ligar no número que está atrás do cartão do banco, que geralmente é um 0800. Assim, o consumidor terá o número do protocolo da solicitação e também a gravação da ligação. Isto tudo facilita caso a situação demore a ser resolvida.
Quando houver desvio de recursos da conta bancária, o consumidor deve ir até uma delegacia e registrar um boletim de ocorrência, mesmo que o banco já tenha resolvido o problema.
— São quadrilhas que atuam [nas fraudes]. A polícia tem uma linha de investigação e é e importante que tenham esses registros.
Para Ione, o consumidor não tem plena capacidade de identificar golpes sozinho e, por isso, é importante que os bancos atuem em casos de golpes. Isto se justifica principalmente porque os à medida que as instituições financeiras melhoram os sistemas de segurança, os criminosos também criam novas estratégias.
Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), atualmente os bancos investem cerca de R$ 2 bilhões para a segurança das movimentações bancárias dos brasileiros.
A instituição afirma que os bancos são responsáveis pela “integridade, legitimidade, confiabilidade, segurança e sigilo das transações”. No entanto, que as ações não conseguem “garantir isso nas ações e atitudes que dependem exclusivamente dos clientes”. A recomendação aos clientes é que estejam sempre atentos.
— Devem levar em consideração os alertas e informações fornecidos na aquisição do produto, divulgados nos cartazes e nos vídeos dos terminais de autoatendimento. Na dúvida, pergunte aos funcionários do banco. Nunca aceite ajuda de estranhos, de pessoas não autorizadas ou não identificadas.