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Fórum discute como fazer startups brasileiras se tornarem gigantes

Evento reúne nesta quarta-feira empresários e investidores na USP

Economia|Fernando Mellis, do R7

Participaram do Scale-Up Renato Santos (empresário), Chris Bradley (CEO da agência Batuque), Marcelo Hodge Crivella e o empresário Humberto Ribeiro
Participaram do Scale-Up Renato Santos (empresário), Chris Bradley (CEO da agência Batuque), Marcelo Hodge Crivella e o empresário Humberto Ribeiro Participaram do Scale-Up Renato Santos (empresário), Chris Bradley (CEO da agência Batuque), Marcelo Hodge Crivella e o empresário Humberto Ribeiro

Mais de 200 empresários, investidores e estudantes se reúnem nesta quarta-feira (18), em São Paulo, para trocar experiências e ideias com objetivo de ajudar as startups brasileiras a crescerem e se tornarem globais.

O fórum Scale-up Bootcamp, que acontece FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo), é o primeiro de três eventos que vai reunir empreendedores e investidores em palestras e reuniões.

O empresário Humberto Ribeiro, idealizador do evento, explica que o Brasil é um dos países mais empreendedores do mundo, mas que os negócios enfrentam dificuldades quando se tornam maiores.

— O brasileiro é bom na hora de criar o negócio, somos um dos líderes mundiais. Quando a gente fala do 'scale' ['tamanho'], caímos drasticamente nesse ranking. Esse fórum pensa não só no 'start' ['começo'], mas também na consequência, no seguinte, que é o scale, a escalabilidade. Há dinâmicas diferentes para cada momento da empresa.

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O professor da FEA Moacir Miranda Jr, também idealizador do Scale-up, ressalta a importância de o evento ocorrer dentro da USP, que responde por 25% de todo o conhecimento científico do País.

— Muito desse conhecimento científico não se transforma em melhoria para a sociedade. O objetivo é fazer com que essas ideias sejam expandidas de forma escalável para todo o mundo. Há muito preconceito no Brasil na relação universidade e empresa, principalmente nas universidades públicas, onde se concentra grande parte da pesquisa acadêmica.

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Miranda Jr., da FEA, ao lado do empresário Humberto Ribeiro
Miranda Jr., da FEA, ao lado do empresário Humberto Ribeiro Miranda Jr., da FEA, ao lado do empresário Humberto Ribeiro

Ele destaca ainda que a união de boas ideias surgidas nas universidades com a expertise do mundo dos negócios tende a acrescentar muito para o País.

— Quando isso ocorre, existe uma recompensa ao inventor, ao laboratório da universidade onde ele trabalhou, e gera empregos de qualidade, porque estamos falando do empreendedorismo qualitativo, em que você requer mão de obra de qualidade e pessoas que são melhor remuneradas.

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Para o consultor internacional do Instituto Latino-Americano da ONU (Organizações das Nações Unidas), Marcelo Hodge Crivella, é preciso entender por que as empresas de inovação e tecnologia que nascem no Brasil não estão crescendo como poderiam.

— O mundo hoje tem 209 países reconhecidos pela ONU e já existem 213 unicórnios, que são startups com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão. O Brasil não produziu uma sequer. Isso é uma dor muito grande.

Importância da criatividade

Diretora de trade marketing da Gympass, uma startup que hoje já está consolidada no mercado, Marina Marinangelo foi uma das palestrantes. Ao R7, ela falou sobre a criatividade que cada funcionário precisa ter no dia a dia de uma startup.

— Estar em uma startup não significa que você vá criar ideias disruptivas, inovações tecnológicas o tempo todo. Existe criatividade até em uma planilha de Excel, quando você muda uma fórmula. Você precisa ser criativo para estar em uma startup, sem dúvida, mas não pela criatividade em si, mas pela forma de trabalhar. Precisa ser mais produtivo, eficiente, fazer mais com menos.

Renato Santos, consultor-sênior da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, diz que além das dificuldades inerentes ao empreendedor, o Brasil tem outros componentes negativos.

— Existem as barreiras que são comuns a todos, no mundo todo. Algumas delas delas são a capacidade de oferecer produtos e serviços adequados para aquele nicho de mercado, a capacidade de escalar para mercados diferentes... O Brasil é um país que dificulta para o empreendedor entender isso, porque há uma carga tributária enorme, a burocracia avassaladora, então, o empresário não tem muito tempo para se dedicar exclusivamente ao negócio.

Um dos ramos que mais se destacam entre as startups brasileiras é de finanças e serviços bancários — são as chamadas fintechs. Presidente da Accesstage, startup que atua no segmento há 16 anos, Celso Sato, avalia esse mercado ainda como promissor no Brasil.

— Eu acredito que esse mercado vá evoluir e se desenvolver ainda mais. Tem muitas fintechs hoje disponíveis no mercado financeiro. Porém, a dificuldade das startups em captarem investimentos no Brasil ainda é um limitador do crescimento. Mas acho que tende a melhorar.

Crivella ainda destaca que a segunda fase da trilogia será a viagem de uma delegação brasileira para Helsinque, na Finlândia, durante o Slush — maior evento global de startups e investidores, no final de novembro.

Além dessa etapa, o Scale-up terá uma conferência, no começo de 2018, no Rio de Janeiro.

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