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Entrar na residência de Val Marchiori é dar um mergulho numa egotrip. De cara para a saída do elevador, um pôster da dona da casa jogando o cabelo, ao lado de uma escultura no formato de uma boca vermelha. Abrem-se os portões e lá está um luminoso de neon, seguido de perto em excentricidade pela placa LOVE pendurada em uma das paredes.
Mas nada supera o abajur de um cavalo em tamanho natural, mimo que Val encomendou em Milão, depois de ver a peça em uma loja de Giorgio Armani. O carinho que ela demonstra pelo exótico item de decoração tem a ver com suas conquistas. Val garante que dá muito valor a seu dinheiro. Adora dinheiro, aliás. Acredita, inclusive, que este é o primeiro passo para ser rico: aceitar o dinheiro. E acha que todo mundo deveria fazer isso.
E é por isso que resolveu entregar o ouro: lança, nesta quarta-feira (25), seu livro com sete passos para a riqueza e prosperidade. Em conversa com o R7, ela adianta algumas dicas e fala como administra seu tempo e sua vida de milionária
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"Não, não me venha com discurso de desigualdade social. Hello?!!". A frase, impressa nas primeiras linhas do Livro de Ouro da Val (Ed. Companhia Editora Nacional), dá bem a medida do que vem em seguida. O tom parece pedante, mas, segundo a loira produzida e cheia de joias que assina a obra, não se trata disso.
— Não tem nada de arrogância. No livro, eu conto como eu, uma menina nascida na roça, no interior do Paraná, que tinha tudo para dar errado, consegui ficar rica. É uma história de superação. Eu sou contra o vitimismo, acho que ficar reclamando não leva a nada. É preciso trabalhar e conquistar as coisas que a gente querDeborah Bresser/R7
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Val conquistou. E, a despeito das más línguas, que sempre a acusaram de ficar rica às custas do relacionamento com o empresário Evaldo Ulinsk, o Rei do Frango, ela garante que já tinha seus Versaces no armário quando o conheceu.
— Eu percebi que precisava ganhar dinheiro quando quis um par de sapatos novos e meu pai me disse que não poderia me dar. Com 10, 11 anos, eu comecei a vender Avon para ganhar dinheiro. Mas tomei um calote, as pessoas compraram e não pagaram. Descobri o dia em que os boias-frias recebiam o pagamento, e passei a ir vender nos dias 11 e 12 de cada mês. Mas primeiro pegava o dinheiro, só depois entregava os produtosDeborah Bresser/R7
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O tino para o comércio, revelado em histórias de vida como a de sua primeira experiência como vendedora de cosméticos, se mostrou eficaz com o passar dos anos. Val conta que fez fortuna com a transportadora que montou com a família.
— Eu entrei em um ramo extremamente machista. Os clientes achavam que eu era filha do dono, sempre que chegava para reuniões. Mas consegui impor o meu estilo de negóciosDivulgação
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Foi com a transportadora Valmar que ela jura ter feito fortuna. Conta que, quando se envolveu com Ulinsk, ela já morava na região do Ibirapuera, onde possui um imóvel de frente para o parque, já viajava o mundo e já era uma mulher rica.
— Quando engravidei, aos 30 anos, vendi a minha transportadora (a Valmar) para o meu ex-marido. Eu queria ser só mãe. Me dediquei só à maternidade por três anosDivulgação
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Mãe de gêmeos, Val garante que os tapetes brancos que ostenta na sala vivem na lavanderia, pois não liga de ver os meninos jogando bola pelo amplo apartamento onde mora.
— Esses dias, tinham oito garotos aqui em casa. Nem sei como não tem alguma bola por aí, eles adoram jogar bola aqui. Eu gosto de casa arrumada, mas sem frescura. Os tapetes, mando lavar diretoDeborah Bresser/R7
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Seu símbolo de riqueza é uma tacinha de champanhe. Val atingiu outro patamar de popularidade ao participar do programa Mulheres Ricas, na Band. E se surpreendeu com o sucesso.
— Eu nunca quis ser famosa, não fiz nada para isso. Fui parar no programa do Amauri Jr. depois que ele me conheceu numa festa, aqui mesmo nesta sala. Mas eu falava com um público específico. No Mulheres Ricas, atingi todo mundo. Ninguém esperava tanto sucesso. Dei entrevistas para a mídia internacional, porque eu era o retrato do Brasil, a jovem bonita, pobre, humilde, que se fez na vida e ficou milionáriaDivulgação
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Val contesta, no livro e na vida, quem acha que é preciso dar sorte para ficar rico.
— Sorte? Eu ia a pé para escola, andava oito quilômetros, meu pai achava que mulher não precisava estudar. Montei meu negócio sozinha. Trabalhei como modelo, participei de concurso de miss e, com 23 anos, consegui comprar meu primeiro Versace. Foi um vestido, um sapato e uma bolsa. Se eu ficasse esperando a sorte, estaria lá no sítio até hojeDivulgação
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A mulher rica terá agora um programa solo de TV. O Hello, Flórida será veiculado pela Band Internacional. Os pilotos começam a ser gravados em dezembro. A estreia está prevista para fevereiro de 2016. Seu dia a dia, ela jura, não é só dedicado a deixar o cabelo impecável.
Acorda às 8h, faz personal no prédio até as 9h e, em seguida, toma café com os filhos. No intervalo até o almoço e, depois, até as 14h, ela trabalha. Diz que tem um escritório em casa e cuida das finanças e de sua nova transportadora.
O resto da tarde e à noite são dedicadas a eventos, jantares e vida social. Mas, assim... é criteriosa e não frequenta qualquer lugar.
— Festa que tem Prosseco nem me chame que não vouDivulgação
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Se no campo profissional, vai tudo bem, obrigada, ela avisa que também está feliz na vida pessoal.
— Meu coração está ótimo. Estou conhecendo uma pessoa, faz quatro meses.
Enquanto isso, na sua sala, o cavalo segue imponente, aguardando para ver se esse novo príncipe vai iluminar a vida da socialiteDeborah Bresser/R7