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Franquias focam empreendedor de favelas pacificadas do Rio

Parceria com agência estadual permite financiar negócio de até R$ 15 mil com juros baixos

Economia|Fernando Mellis, do R7

Ao menos dez redes de franquia já estão dentro de favelas do Rio
Ao menos dez redes de franquia já estão dentro de favelas do Rio Ao menos dez redes de franquia já estão dentro de favelas do Rio

Mais de 1,5 milhão de pessoas vivem em favelas pacificadas pelas forças de segurança pública em todo o Estado do Rio de Janeiro. Em um ambiente em que o tráfico de drogas não manda mais, as comunidades começam a se organizar e, com isso, surgem oportunidades de negócios tão distantes da realidade da população alguns anos atrás.

Focadas nesses mercados, as redes de franquias começam a planejar negócios que se adaptem ao bolso dos futuros investidores: os próprios moradores.

Uma parceria entre a ABF-Rio (Associação Brasileira de Franchising) e a AgeRio (Agência Estadual de Fomento) vai oferecer capacitação e crédito para que empreendedores possam montar novos negócios em comunidades pacificadas.

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Na última quinta-feira (28), um evento levou franqueadores à favela da Rocinha. O objetivo era mostrar as marcas e modelos de negócios e também procurar novos parceiros.

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Hoje, já existem diversos pequenos negócios nas comunidades da cidade, nos mais diversos ramos. Mas isso não diminui o interesse de quem ainda não é patrão. Uma pesquisa do Instituto Data Favela identificou que 40% dos moradores dessas áreas sonham em abrir o próprio negócio.

Os financiamentos serão feitos mediante análise do negócio e respeitando os limites estabelecidos pela AgeRio: de R$ 300 a R$ 15 mil. Os juros são camaradas: 3% ao ano. Também é feita uma avaliação de crédito do interessado e exigido fiador ou aval.

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O ramo de franquias já tem modelos de empresas, pesquisas de mercado, estratégias de venda. A intenção do franchising, ao entrar nas favelas, é levar toda essa experiência aos empreendedores, diz o consultor de franquias e diretor de capacitação da ABF-Rio, Paulo Mendonça.

— O bacana do crescimento do franchising é que ele está patrocinando a profissionalização. [...] Há muitos empreendedores lá dentro que são extremamente capazes, conhecem a comunidade e só falta o dinheiro. Agora, quando você faz o aporte de capital e permite que ela abra o negócio, facilita muito.

O diretor de operações da AgeRio, Dário Araújo, explica que o modelo de franquia pode aperfeiçoar empresas consolidadas nessas comunidades.

— Às vezes, a pessoa pode até fazer a mesma atividade da franquia, mas ela não tem a marca e todo o apoio técnico, orientações. A gente tem trabalhado muito com a ABF e com as marcas para desenvolver o franqueado dentro das comunidades.

A AgeRio diz que todos os segmentos de franquias entrarão no programa. Porém, a agência percebeu que os setores de limpeza e pequenos reparos podem gerar mais interesse.

Além da ABF-Rio e da AgeRio, o Sebrae/RJ também está dentro da parceria, oferecendo capacitação. Na hora de abrir uma empresa ou de torná-la formal (com CNPJ, alvarás e licenças necessárias), muita gente precisa desse treinamento, segundo Araújo.

Um estudo do próprio Sebrae/RJ, feito em 2012 com microempreendedores em comunidades pacificadas, mostrou que um em cada três negócios abertos possuía até três anos e meio de existência. A pesquisa também constatou que o tempo médio de funcionamento dessas empresas é de dez anos.

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Avaliação

Segundo a ABF-Rio, ao menos dez marcas possuem 18 unidades em comunidades pacificadas na capital. Quem já está nessas regiões faz uma avaliação positiva dos negócios. É o caso do presidente da Yes! Idiomas, Clodoaldo Nascimento. A rede tem atualmente unidades no Alemão e na Rocinha. Para o empresário, as Olimpíadas vão impulsionar ainda mais esse mercado.

— Você vai ter muitas oportunidades locais nas comunidades pacificadas que não eram exploradas e que, com certeza, vão ser muito visitadas durante o evento.

Primeira franquia de alimentação a se instalar em favelas pacificadas, o Subway já tem unidades na Rocinha e em Rio das Pedras, além de estar inaugurando outra na Cidade de Deus. A rede ainda tem planos para abrir mais duas, segundo Luis Carquejeiro, consultor de desenvolvimento da marca.

— Temos projetos de abrir no Complexo do Alemão e na Maré. A gente identifica esse como sendo um excelente mercado. Tivemos essa coragem porque enxergamos um potencial. Hoje, o Rio de Janeiro é uma coisa só. Não existe comunidade e asfalto, como tinha antigamente.

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