A pandemia do novo coronavírus criou barreiras para os brasileiros e resultou, em janeiro, nos gastos de US$ 307,7 milhões no exterior, o menor para o mês desde 2005, quando as despesas foram de R$ 296,3 milhões, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (24), pelo BC (Banco Central).
O volume registrado no mês passado é 78,6% inferior ao apurado em janeiro de 2020, quando os gastos dos brasileiros no exterior somaram R$ 1,438 bilhões. O gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil, por sua vez, ficou em US$ 269 milhões, o que representa uma baixa de 60,15%.
A conta das viagens internacionais teve saldo negativo de US$ 39 milhões em janeiro, o que mostra que os brasileiros gastaram mais lá fora do que os estrangeiros por aqui. No mesmo período do ano passado, o déficit foi de US$ 764 milhões.
Investimento estrangeiro
O déficit em transações correntes do mês ficou bem abaixo do fluxo de investimento direto no país, de US$ 1,838 bilhão, que foi o menor para o mês desde 2006 (US$ 1,472 bilhão) e também frustrou expectativa de analistas do mercado de entrada de US$ 2,8 bilhões.
Para fevereiro, BC aposta em um salto nos investimentos diretos, que chegariam a US$ 6,5 bilhões. Se confirmado, será o maior fluxo mensal desde março do ano passado, quando ingressaram nessa conta, voltada a investimentos no setor produtivo, US$ 7,4 bilhões.
Os investimentos estrangeiros em portfólio, que acumularam no ano passado uma saída líquida de US$ 8,499 bilhões, tiveram um fluxo positivo de US$ 6,198 bilhões em janeiro. Do total, US$ 4,651 bilhões foram destinados a ações e fundos de investimento e US$ 1,547 bilhão, a títulos da dívida.
Com as movimentações, as reservas internacionais atingiram US$ 355,4 bilhões, recuo de US$ 204 milhões na comparação com dezembro. Não houve liquidação de operações de intervenção no mercado de câmbio e a receita de juros atingiu US$ 390 milhões. As variações por paridades e por preço contribuíram para reduzir o estoque, respectivamente, em US$ 333 milhões e US$ 269 milhões.