Um levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que 29,8% dos salários são pagos no País pelo governo. Os dados fazem parte do Cempre (Cadastro Central de Empresas), formado por 5,2 milhões de empresas e outras organizações pelo País que estavam ativas em 2012.
A administração pública representa apenas 0,4% das organizações, mas absorveu 17,2% do total de pessoal ocupado e 19,9% do pessoal ocupado assalariado.
Ao todo, o Brasil possui 53,4 milhões de trabalhadores formais. Desse total, 46,2 milhões, o que corresponde a 86,6%, são assalariados. O restante, 7,1 milhões, são sócios ou proprietários das companhias.
Mulheres
A participação das mulheres cresceu e registrou alta de 3,2% entre 2011 e 2012 — crescimento de 1,5 ponto percentual em relação ao aumento da participação dos homens no período (1,7%). Além disso, a presença feminina na variação de pessoal ocupado assalariado, de um ano para outro, foi pela primeira vez superior à masculina. Enquanto os homens somaram 41,5% (438,9 mil pessoas), as mulheres, 58,5% (619,8 mil pessoas).
Essa melhoria da participação das mulheres no mercado de trabalho também ocorreu em termos salariais. Embora em 2012 os homens tenham recebido, em média, R$ 2.126,67, e as mulheres, R$ 1.697,30, a pesquisa constatou, em relação a 2011, que em 2012 os salários das mulheres tiveram um aumento real superior ao dos homens: 2,4% contra 2%.
No setor público, as mulheres já vêm ocupando a maioria dos postos de trabalho, como explicou o gerente da pesquisa, Bruno Erbisti Garcia. Segundo ele, "58,9% das pessoas ocupadas na administração pública são mulheres e 41,1% são homens”.
Escolaridade
Os dados revelam ainda o péssimo nível de escolaridade do trabalhador brasileiro, o que acaba se convertendo em baixa remuneração. Do total de 46,2 milhões de pessoal assalariado, 38 milhões (82,3%) não possuem diploma de nível superior, enquanto 8,2 milhões (17,7%) já conseguiram o título.
A remuneração torna o abismo mais evidente: enquanto a renda média mensal do trabalhador assalariado sem nível superior é de R$ 1.398,74, os graduados recebem, em média, R$ 4.405,55.
Outro dado do estudo do IBGE mostra essa discrepância por outro ponto de vista, trata-se da divisão da renda total dos assalariados, calculada em R$ 1,183 trilhão. Desse montante, 58,9% estão nas mãos dos 38 milhões de assalariados sem nível superior, enquanto que 41,1% é dividido pelos 8,2 milhões de trabalhadores com diploma.
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