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Governo vai à Justiça para retomar leilão de subsidiárias da Eletrobras

AGU e BNDES recorreram ao TRF2 contra decisão da Justiça Federal no Rio de Janeiro que suspendeu leilão de 6 distribuidoras de energia da Eletrobras

Economia|Do R7

Eletrobras quer privatizar 6 distribuidoras do Norte
Eletrobras quer privatizar 6 distribuidoras do Norte

A AGU (Advocacia-Geral da União) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) recorreram nesta sexta-feira (13) ao TRF2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) para derrubar a decisão liminar da 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro que suspendeu o leilão de seis distribuidoras de energia subsidiárias da Eletrobras.

A decisão, proferida na quinta-feira (12), suspendeu o leilão de venda das distribuidoras Amazonas Energia, Ceron, Ceal, Boa Vista Energia, Eletroacre e Cepisa, detalhou a assessoria de imprensa da AGU.

A suspensão foi solicitada pela Associação dos Empregados da Eletrobras e concedida pela Justiça Federal do Rio, que em análise inicial do caso entendeu não existir autorização legislativa para a venda das distribuidoras.

No recurso, a AGU explica que a autorização já foi dada por diversos dispositivos legais, citando seis leis no pedido para reverter a decisão.


A AGU e o BNDES também ressaltam que o TCU (Tribunal de Contas da União) já reconheceu recentemente a legalidade da realização do leilão, em acórdão deste ano. E que a manutenção das subsidiárias sob controle da Eletrobras colocará em risco a continuidade do fornecimento de energia elétrica nos Estados onde as empresas atuam — Acre, Alagoas, Amazonas, Piauí, Rondônia e Roraima — e onerará excessivamente os consumidores locais.

Isso ocorre, de acordo com a AGU, por que as subsidiárias dependem de elevados investimentos para continuar operando — recursos que somente poderão vir dos compradores particulares, tendo em vista as restrições financeiras enfrentadas pela União e pela própria Eletrobras.


A AGU também menciona, no recurso, que as seis empresas acumularam um prejuízo de R$ 4,5 bilhões em 2017, de modo que as operações têm sido mantidas com a ajuda da Reserva Global de Reversão (RGR).

"Como são recursos que deverão ser posteriormente devolvidos ao sistema elétrico por meio de ajustes tarifários, o atraso na venda das subsidiárias representará, no futuro, um custo maior para os consumidores atendidos por elas", disse a AGU em nota à imprensa.


AGU e BNDES também alertam que, caso as distribuidoras não sejam vendidas, elas teriam que ser liquidadas pela Eletrobras — o que significaria possível demissão dos funcionários e risco de descontinuidade no fornecimento de energia para os Estados atendidos por elas.

Além da decisão judicial que suspendeu o leilão, outras duas decisões liminares em separado também ameaçam a licitação — uma do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski, que vetou a venda da Ceal, distribuidora da Eletrobras no Alagoas, e uma da Justiça no Piauí, que suspendeu efeitos de uma assembleia da Cepisa, do Piauí, que aprovou a venda da empresa.

Uma fonte com conhecimento da estratégia da Eletrobras disse que a expectativa na estatal é que as liminares sejam derrubadas rapidamente pelo governo, o que viabilizaria o leilão, ainda que com algum atraso.

"Está se trabalhando é para fazer o leilão com todas as distribuidoras no fim de agosto", disse a fonte, que falou sob a condição de anonimato.

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