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Grécia quer tempo para um novo acordo e "abstinência" nas dívidas

Economia|

Por Ingrid Melander

PARIS (Reuters) - O novo governo da Grécia prometeu neste domingo definir algumas propostas no prazo de um mês para revisar o acordo da dívida com seus céticos parceiros internacionais, insistindo que não contrairia nenhum empréstimo nesse período.

A proposta foi feita após reuniões em Paris, onde o ministro das Finanças da França, Michel Sapin, ofereceu ao seu equivalente grego, Yanis Varoufakis, ajuda para chegar a um acordo que possa aliviar as dívidas, mas não cancelá-las.

Varoufakis, em Paris para integrar uma ofensiva diplomática dos líderes de esquerda da Grécia para mudar os termos da dívida enquanto revertem algumas medidas de austeridade, disse que Atenas se permitiu ficar viciada na dívida, agora em 175% da sua produção.

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"Não é que não precisamos de dinheiro, estamos desesperados", disse Varoufakis, ao lado de Sapin.

"Nos últimos cinco anos, a Grécia vive pelo próximo empréstimo. Parecemos viciados em drogas em busca da próxima dose. O principal ponto do nosso governo é encerrar esse vício", disse, pontuando que era hora de praticar abstinência.

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Após determinar um possível cronograma para renegociar o resgate de aproximadamente 240 bilhões de euros (270 bilhões de dólares), Varoufakis disse que Atenas poderia fechar um acordo realista com seus parceiros em seis semanas, caso tenha até o final do mês para preparar as propostas.

Embora não tenha planos de contrair novos empréstimos nesse período, o Estado grego buscaria acordos de liquidez com o Banco Central Europeu.

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Insistindo que a saída da Grécia da zona do euro não fez parte da discussão, Sapin renovou a oferta de Paris para mediar um novo acordo entre Atenas e seus parceiros europeus (e de outros continentes), mas descartou cancelar a dívida subitamente.

"Qualquer coisa que possa aliviar o fardo da dívida grega seria bom, mas claro que não está em questão cancelar a dívida", disse Sapin, acrescentando que isso seria simplesmente transferir o fardo dos contribuintes gregos para os contribuintes europeus.

O partido governista grego Syriza disse que as reservas financeiras são suficientes para cumprir as obrigações de 3,5 bilhões de euros para o período fevereiro-março, mas há outro pagamento de juros, no total de 1,5 bilhão, em junho, com outros de 4,7 bilhões em julho e 3,6 bilhões em agosto.

Varoufakis reuniu-se com o secretário do Tesouro americano Jack Lew, na sexta-feira. Ele viaja para Londres para se encontrar o ministro de Finanças britânico George Osborne, na segunda-feira, e vai para Roma, na terça.

Disse que estava ansioso para conversar com o ministro de Finanças alemão Wolfgang Schaeuble, cujo país estão entre os mais objetivos na insistência de que Atenas precisa pressionar por reformas e pagamentos da dívida.

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