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GuardeAqui vê chance de queda de até 30% nos preços de terrenos até o fim do ano

Economia|

Por Juliana Schincariol

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A GuardeAqui, empresa de locação de espaços para armazenagem, vê construtoras vendendo terrenos por necessidade de caixa, o que pode gerar oportunidades para aquisições destes ativos com um desconto que pode chegar a 30 por cento até o final deste ano.

"A gente está analisando, lendo o cenário para fazer o movimento (de aquisições). A gente está apostando neste governo para ter um pouco mais de planejamento e quando sentir que o mercado firmou, vamos acelerar as compras", disse à Reuters o presidente-executivo da empresa, Allan Paiotti.

A GuardeAqui é controlada pela Equity International, empresa de private equity do bilionário Sam Zell. Entre outros investidores estão o Morgan Stanley e o fundo de pensão dos professores do Estado norte-americano do Texas (TSR, na sigla em inglês), administrado pela LaSalle Investment.

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De acordo com Paiotti, atualmente os terrenos no país estão de 10 a 15 por cento mais baratos em relação às transações que têm sido negociadas pela empresa nos últimos 12 meses.

A expectativa de que o mercado imobiliário residencial apresente algum sinal de recuperação em pelo menos dois anos pode pressionar as empresas do setor a venderem terrenos ainda este ano para gerarem caixa, pressionando ainda mais os preços, aposta o executivo.

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De maneira geral, o setor imobiliário convive hoje com estoques e distratos elevados e se concentra na venda de empreendimentos prontos ou em construção.

"O recuo (nos preços dos terrenos) pode chegar perto de 30 por cento na média do mercado, mais para o fim ou na virada do ano", afirmou. Paiotti disse ainda que a GuardeAqui avalia atualmente 120 ativos, mas segurou as transações nos últimos 60 a 90 dias à espera de uma melhor definição sobre os rumos do mercado e da crise política.

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A companhia busca localidades nas regiões Sul e Sudeste com pelo menos 250 mil habitantes.

Caso este cenário se confirme, a GuardeAqui pode acelerar o desenvolvimento e novas unidades no país para 6 a 8 por ano, dentro do plano de chegar a 50 até 2019 ou 2020. Atualmente, a companhia tem 15 unidades de armazenagem, contando com as três em desenvolvimento nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Para isso, a companhia tem um plano de investimentos de 1 bilhão de reais.

A Guarde Aqui tem uma área bruta locável (ABL) de 100 mil metros quadrados, perto de um terço de todo o setor no Brasil, que hoje conta com 350 mil metros quadrados, segundo a empresa.

Sobre os impactos negativos da recessão, a companhia tem verificado um pequeno aumento na inadimplência dos locatários, mas a perda efetiva sofrida pela empresa é muito pequena, disse Paiotti. Segundo ele, em caso de não pagamento, o inquilino pode ter desde o acesso ao espaço com seus bens bloqueado à perda do conteúdo armazenado, que pode ser vendido pela companhia.

O executivo comentou que o mercado para empresas como a GuardeAqui tem encontrado espaço no crescimento do comércio eletrônico, migração de lojas físicas ou armazenamento de materiais de pontos de venda que fecharam as portas. Além disso, a redução da área útil de apartamentos nos últimos anos tem impulsionado o setor.

Em março, a rival GoodStorage, que tem entre os sócios a gestora de private equity HSI Investimentos e o fundo global de investimentos Evergreen Real Estate Partners, afirmou que pretende investir 500 milhões de reais nos próximos três anos. Os recursos serão aplicados na compra de cerca de 30 imóveis no país, com a empresa avaliando que poderá dobrar a receita este ano diante da procura de empresas por redução de gastos com estoques.

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