Volume financeiro da sessão desta sexta (28) foi de R$ 40 bi
PixabayO Ibovespa, principal indicador de desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores, fechou o pregão desta sexta-feira (28) no azul, apoiado nas ações de bancos. O índice subiu 1,15% e fechou com 104.171,57 pontos, após ter chegado a perder o patamar dos 100 mil pontos pela primeira vez desde outubro de 2019.
O volume financeiro da sessão foi de R$ 40 bilhões.
Na semana mais curta em razão do Carnaval no Brasil, o Ibovespa caiu 8,36%. Em fevereiro, o declínio foi de 8,4%, resultando em perda de 9,9% em 2020.
Até às 11h30, o Ibovespa acumulava queda de 10% na semana. Se o resultado fosse mantido no final do pregão, seria a maior desvalorização semanal desde o último trimestre de 2008, ano marcado pela crise financeira global.
O principal motivo do baixo desempenho do Ibovespa é a disseminação do coronavírus e seu potencial impacto na economia global. Também influenciou o risco político às reformas, após o presidente da República, Jair Bolsonaro, convocar manifestação de rua contra o Congresso.
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Só na quarta-feira de Cinzas, quando a bolsa reabriu após fim de semana prolongado pelo Carnaval, o Ibovespa desabou 7%, sessão na qual as saídas de estrangeiros no mercado à vista superaram as entradas em mais de 3 bilhões de reais.
"O impacto econômico do surto de Covid-19 parece mais grave do que o inicialmente esperado", disseram em relatório estrategistas do Goldman Sachs na Ásia.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) elevou o alerta de risco de disseminação e impacto global para "muito alto", enquanto o estrago global com o surto já alcançou 6 trilhões de dólares. Nos últimos dias, multiplicaram-se as revisões em projeções econômicas e para resultados de empresas.
"É difícil vislumbrar o que poderia fornecer certeza suficiente para impedir o medo de vencer antes do fim de semana", destacou Jasper Lawler, chefe de pesquisa no London Capital Group, chamando a atenção para dados de atividade de serviços e setor manufatureiro na China no sábado.
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À tarde, contudo, o chairman do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, trouxe algum alento ao afirmar que a autoridade monetária está monitorando de perto os avanços do surto e que "usaria suas ferramentas e atuaria conforme apropriado para apoiar a economia".
Os principais índices de Wall Street reduziram perdas, com o Dow Jones fechando em baixa de 1,39%. O S&P 500 perdeu 0,82% e o Nasdaq fechou estável. No acumulado da semana a queda dos três foi maior que o do Ibovespa.
No Brasil, onde até o momento apenas um caso foi confirmado de Coronavírus, economistas do Bradesco liderados por Fernando Honorato avaliam que os efeitos, por ora, devem ser pontuais e acontecer através da desaceleração do crescimento mundial, mas não descartam efeitos em estoques ou reflexos do aumento da aversão a risco.