Pelo segundo mês seguido, a indústria paulista demitiu mais do que contratou no Estado de São Paulo. De acordo com dados revelados nesta terça-feira (17), pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), foram cortados 11,5 mil postos de trabalho no mês de julho.
Apesar da queda de 0,53% no quadro de funcionário do setor no Estado, a indústria paulista fechou o primeiro semestre com a criação de 17 mil postos de trabalho. O valor representa uma alta de 0,79%.
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O presidente em exercício da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, afirma que a queda é a pior do período recente. “Algumas variáveis políticas e econômicas estão influenciando fortemente alguns setores importantes, como o alimentício, que sofreu uma forte perda de postos de trabalho”, diz.
Roriz afirma que para reverter os cortes é necessário corrigir uma série de problemas que tiram a possibilidade de recuperação das empresas.
“É importante saber que a situação é difícil e que a recuperação vai demorar. Com essa grande paralisação de maio e junho, decorrente da greve dos caminhoneiros, é preciso buscar alternativas para que as empresas possam operar com rentabilidade e voltar a gerar emprego", avalia.
Setores
Entre os 22 setores acompanhados pela Fiesp em junho, 16 demitiram mais do que contrataram em junho, apenas quatro tiveram saldo positivo de vagas e outros dois permaneceram estáveis.
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As quedas foram guiadas, principalmente, pelos ramos de produtos alimentícios (-2.910 postos), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2.377 vagas) e produtos de borracha e de material plástico (-1.160 cargos).
Por outro lado, contrataram mais do que demitiram as áreas de bebidas (+331 postos), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (+196) e impressão e reprodução de gravações (+108).