Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A inflação oficial brasileira atingiu 1,22 por cento em fevereiro sob a pressão principalmente da gasolina, levando a taxa acumulada em 12 meses ao maior nível em quase dez anos mesmo em meio aos esforços do Banco Central para combater o alto nível dos preços.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 7,70 por cento em 12 meses até fevereiro, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse é o maior nível desde maio de 2005, quando o índice chegou a 8,05 por cento, e supera em muito o teto da meta do governo, de 4,5 por cento, com margem de 2 percentuais para mais ou menos.
A alta mensal foi a mais forte para os meses de fevereiro desde 2003, quando o índice subiu 1,57 por cento.
Os resultados ficaram acima das expectativas levantadas em pesquisa da Reuters, de alta de 1,08 por cento na base mensal e de 7,54 por cento em 12 meses.
Segundo o IBGE, a principal pressão em fevereiro foi exercida pela gasolina, cujos preços subiram 8,42 por cento como resultado do aumento das alíquotas de PIS/Cofins.
Com impacto de 0,31 ponto percentual, a gasolina sozinha respondeu por um quarto do resultado do IPCA no mês e levou o grupo Transportes a uma alta de 2,20 por cento em fevereiro, contra 1,83 por cento no mês anterior.
Entretanto, o grupo com maior alta em fevereiro foi Educação, de 5,88 por cento, como consequência de reajustes vistos no início do ano letivo.
A energia elétrica também teve peso importante após avanço de 3,14 por cento em fevereiro, mas ainda assim o grupo Habitação desacelerou a alta a 1,22 por cento, contra 2,42 por cento em janeiro.
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(Reportagem adicional de Walter Brandimarte no Rio de Janeiro)