O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) define nesta quarta-feira (3) o rumo da taxa básica de juros, a Selic. Segundo os analistas de mercado, o encontro deve resultar na quarta alta seguida da taxa, de 12,25% para 12,75% ao ano, valor igual ao de janeiro de 2009, penúltimo ano de mandato do presidente Lula.
Em 2009, no entanto, a Selic mantinha uma trajetória de queda, após bater 13,75% ao final de 2008 (confira no gráfico abaixo).
Na última reunião do grupo, realizada durante mês de janeiro, a decisão de subir a taxa em 0,5 ponto percentual foi unânime. Com a alta, a Selic alcançou o patamar de 12,25%, o maior desde julho de 2011, quando a taxa havia subido para 12,5%.
A alta de 0,5 ponto percentual é esperada pelo boletim Focus, que reúne as tendências futuras para a economia nacional,e também, por um estudo realizado pela Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
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Para o diretor-executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, por conta da competição no sistema financeiro, é possível que algumas instituições mantenham inalteradas as taxas de juros das operações de crédito.
— Seja qual for a elevação da Selic, pouco impacto terá nas taxas de juros das operações de crédito.
Na opinião das instituições financeiras consultadas semanalmente pelo BC, a Selic deve fechar 2015 em 13%.
Taxa básica
A Selic é chamada de taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.
A taxa também serve como um dos instrumentos para manter a inflação calculada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estática) dentro da meta estabelecida pelo governo, de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
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Em linhas gerais, a Selic é a taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores é sempre superior à Selic.
A Selic só influencia o rendimento da poupança quando é igual ou inferior a 8,5% ao ano.