Os juros médios praticados pelas operadoras de cartão de crédito no mês de setembro ficaram em 332,4% ao ano, na modalidade do rotativo, informou o Banco Central nesta sexta-feira (27). Trata-se do menor nível dessa taxa desde janeiro de 2015, quando os juros estavam em 326,74% ao ano.
O crédito rotativo é usado quando o cliente não consegue quitar a fatura. O cálculo do BC inclui tanto juros por atraso quanto juros pelo pagamento do valor mínimo.
No entanto, desde o começo do ano, a instituição tem divulgado os juros separados, de quem atrasa a fatura e de quem paga o mínimo.
Para o chamado rotativo regular (pagamento inferior ao valor total), os juros em setembro ficaram em 227,5% ao ano.
Já para o rotativo não regular (atrasos), a taxa média ficou em 399,4% ao ano.
Isso significa que uma pessoa que deixe de pagar uma fatura de R$ 800 hoje terá uma dívida de R$ 3.995,20 daqui a um ano, se for mantido esse patamar de juros.
Parcelado mais caro
Com as novas regras para o uso do rotativo, os bancos têm incentivado clientes a adotar o parcelamento das faturas. Dessa forma, o valor é dividido em parcelas iguais, com juros pré-fixados.
Essa modalidade, que tinha juros médios de 156,14% ao ano, em outubro de 2016, agora atingiu o patamar mais alto desde que o Banco Central começou a série histórica, em março de 2011: 165,2% ao ano.
Cheque especial
Os juros do cheque especial — limite fornecido pelo banco a titulares de contas correntes — chegam ao 19º mês consecutivo acima de 300% ao ano. Em setembro, a taxa ficou em 321,29%, aumento de 4 pontos percentuais em relação ao mês anterior.
Um saldo negativo de R$ 500 na conta por 30 dias pode gerar juros de R$ 63,65 no mês seguinte, levando em conta a taxa média divulgada pelo Banco Central.
Juros em baixa
O custo menor em algumas modalidades de crédito se deve principalmente ao movimento de redução da taxa Selic, que influencia os juros da economia brasileira.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central já cortou 6,75 pontos percentuais da taxa básica de juros desde agosto do ano passado.
O último corte foi nesta semana, em que a Selic passou de 8,25% ao ano para 7,5%.