Cartão de crédito e cheque especial ainda têm os juros mais altos do mercado, de acordo com informações do Banco Central
EBCA taxa média de juros do cheque especial praticada pelos bancos brasileiros alcançou 315,7% ao ano em junho, o maior nível já registrado desde que o levantamento passou a ser feito, em julho de 1994 — portanto, há praticamente 22 anos. O dado foi divulgado pelo BC (Banco Central) nesta quarta-feira (27).
Em maio, as famílias brasileiras pagaram, em média, 311,5% ao ano pelo dinheiro emprestado do cheque especial. Somente em 2016, a taxa média do cheque especial aumentou 23,4 pontos percentuais — em janeiro, estava 292,3% ao ano.
O cartão de crédito registrou um alívio nos juros médios na passagem de maio para junho, mas ainda é a linha de crédito mais cara para o brasileiro. Em junho, a taxa média ficou em 470,9% ao ano, contra 471,5% ao ano.
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Porém, vale o alerta dos educadores financeiros e especialistas em crédito, que sempre advertem: o cartão de crédito tem que ser usado com parcimônia.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, por exemplo, que lida diariamente com dados sobre inadimplentes no País, informa que pagar o valor integral do cartão é praticamente uma regra.
— Para quem sabe utilizar com prudência, o cartão de crédito pode ser um grande aliado porque traz conveniência e segurança. O grande erro é não quitar o valor integral da fatura e cair no efeito bola de neve do rotativo.
Consignado e aquisição de veículos
O crédito consignado, aquele que já desconta a parcela na folha de pagamento de quem pega o dinheiro emprestado, teve taxa de juros de 29,4% ao ano em junho — praticamente a mesma de maio, quando foi de 29,6% ao ano.
Outra modalidade de crédito que possui juros muito mais baixos que os dois vilões é a aquisição de veículos.
Quem pega o dinheiro emprestado nessa linha de crédito pagou, em média, 26% ao ano para comprar carro em junho. Isso representa uma leve diminuição em relação a maio, quando estava em 26,3% ao ano.
Considerando todas as linhas de crédito disponíveis para as famílias brasileiras, a taxa média de juros foi de 41,8% ao ano em junho — contra 42% ao ano registrados em maio. Para as empresas, essa média foi de 21,7% ao ano em junho, praticamente os mesmos 21,8% ao ano registrados em maio.