Interrupção deve impactar arrecadação de impostos com a venda de veículos
Pilar Olivares/Reuters - 24.05.2018A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) informou nesta quinta-feira (24), que, a partir de amanhã, todas as linhas de produção instaladas no Brasil estarão paradas, em razão da greve de caminhoneiros. "A greve afetará significativamente nossos resultados tanto para as vendas, quanto para a fabricação e exportação", afirmou a associação por meio de nota.
A maioria das montadoras já está sem produzir, como Volkswagen, GM, Ford, Fiat, Toyota, Nissan, Renault, Peugeot, Scania e Honda. Algumas delas, inclusive, estão com dificuldade para distribuir os carros já fabricados às concessionárias.
Mais cedo, a Fiat havia informado que interromperia a produção de veículos nas suas duas fábricas instaladas no Brasil, uma em Betim, Minas Gerais, e a outra em Goiana, Pernambuco. Com as estradas bloqueadas, a montadora não consegue receber peças para concluir a produção dos veículos.
Antes do início da greve, as duas fábricas, juntas, vinham produzindo um pouco mais de 2 mil carros por dia, sendo 1,6 mil em Betim e cerca 500 em Goiana. Com o início da paralisação, a produção chegou a ser reduzida, pois o fornecimento de peças começou a ser feito de forma irregular. A partir de hoje, toda a produção está suspensa.
No mês passado, segundo a Anfavea, a média diária de produção de veículos no Brasil foi de 12,6 mil unidades. Ainda de acordo com a associação, a indústria automobilística "gera de impostos mais de R$ 250 milhões por dia e, por isso, esta paralisação gerará forte impacto na arrecadação do País".
Indústria têxtil
O presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecçã), Fernando Valente Pimentel, alertou nesta quinta-feira (24) que "os fabricantes do setor já se deparam com a falta de matéria-prima para produzir. Ele pede e solução urgente para o impasse que envolve os caminhoneiros. "Nota-se o início do desabastecimento em numerosos setores e a população brasileira. Por isso, é premente que prevaleça o bom senso e o entendimento, para pôr fim a um impasse que está parando o Brasil", disse Pimentel em nota.