A inflação oficial do governo, calculada pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), encerrou o ano passado em 5,84%, o menor nível desde 2009 (4,31%), e dentro do teto estabelecido pelo governo. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (10).
O aumento dos preços em geral registrado em 2012 é consideravelmente inferior ao de 2011, quando o IPCA terminou em 6,5%.
Todos os grupos de despesa tiveram aumento de preço, mas alguns em ritmo menor se comparados a 2011. É o caso do vestuário (roupas e calçados), dos transportes, de saúde, educação e comunicação, que apresentaram reajustes menores.
A maior alta em 2012 foi registrada no grupo de despesas pessoais, de 10,17%. O aumento dos serviços dos empregados domésticos, de 12,73%, exerceu a maior contribuição individual para o avanço do IPCA (0,45 ponto percentual).
Além disso, houve reajustes elevados nos preços de cigarro (25,48%), excursão (15,25%), manicure (11,73%), hotel (9,39%), costureira (7,42%) e cabeleireiro (6,80%).
Já os transportes apresentaram a menor elevação, de 0,48%. A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos automóveis novos levou a uma redução de 5,71% nos preços, o que influenciou o fechamento do IPCA de 2012.
Outro impacto veio dos automóveis usados, que ficaram 10,68% mais baratos. Da mesma forma, a queda de 0,72% nos preços dos combustíveis teve contribuição importante para o IPCA fechar dentro da meta.
Porém, houve itens com preços mais salgados em 2012, como passagens aéreas (26%); seguro de veículo (7,78%); tarifas de ônibus intermunicipais (6,35%); tarifas de ônibus urbano (5,26%), e conserto de automóvel (5%).
Os gastos com alimentação e bebidas, responsáveis por consumir a maior parte do orçamento das famílias, foram mais elevados do que em 2011.
A maior pressão foi dos alimentos consumidos fora do domicílio, com aumento de 9,51%. Comer fora de casa ficou 8,59% mais caro. Por outro lado, o açúcar cristal (-8,74%) e o refinado (-3,22%) e as carnes (-0,67%) se destacam entre os produtos que ficaram mais baratos em 2012.
Em dezembro, o índice apresentou aceleração de 0,79%. Foi a maior taxa para o mês desde 2004, quando ficou em 0,86%.
A inflação oficial encerrou o ano dentro da meta do governo federal, que estipulou a marca de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Ou seja, poderia tanto cair para 2,5% como também subir a 6,5%, como foi verificado no ano passado.
Entenda a inflação
A inflação é o aumento médio dos preços dos produtos. Quanto maior for o índice, maior é o impacto no poder de compra do consumidor, já que os valores das mercadorias sobem enquanto o salário permanece igual. É por isso que as categorias profissionais sempre lutam por reajustes salariais acima da inflação.
Os principais prejudicados pela inflação são os trabalhadores das classes mais baixas da população, já que não conseguem aplicar o dinheiro que ganham em investimentos suficientemente rentáveis que corrijam a "mordida" da inflação.