Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

'Nova CPMF' teria arrecadado R$ 3 bilhões em 2018 apenas com cartões

Dados da Abecs apontam que operações com cartões de débito e crédito alcançou R$ 1,55 trilhão no ano passado

Economia|

Proposta culminou na demissão de Marcos Cintra
Proposta culminou na demissão de Marcos Cintra Proposta culminou na demissão de Marcos Cintra

Pivô da demissão do secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, a nova CPMF proposta por ele teria arrecadado apenas R$ 3,1 bilhões no ano passado só com a perna da CP (Contribuição sobre Pagamentos) que pretendia cobrar uma alíquota de 0,2% sobre todas as operações com cartões de débito e crédito no país.

O cálculo se baseia nos dados da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) que mostram que o volume dessas transações financeiras que seriam taxadas em 2018 — se a nova CPMF já estivesse em vigor — chegou a R$ 1,55 trilhão, ou 40% do total do consumo privado no País no ano passado.

No primeiro semestre deste ano, o montante transacionado no país por meio dos cartões cresceu 18%. Por isso, a entidade projeta um crescimento neste ano entre 17,5% e 19,5% no uso desses meios de pagamento, levando o volume movimentado em 2019 para cerca de R$ 1,84 trilhão.

Leia também: Por que a criação de uma 'nova CPMF' é tão polêmica?

Publicidade

Nesse cenário, o governo recolheria R$ 3,68 bilhões com essa parte da CP em 2019. Para efeito de comparação, toda a arrecadação tributária sobre a folha de pagamentos no ano passado somou R$ 349,268 bilhões, ou 24,60% das receitas administradas pelo Fisco em 2018. Ou seja, seria muito pouco para compensar a desoneração da folha de pagamentos.

Procurada, a Abecs não quis comentar a proposta de recriação da CPMF que levou à saída de Cintra do governo. "A Abecs ainda não tem nenhum estudo que mensure possíveis impactos nesse sentido, mesmo porque não se conhece a íntegra do projeto. Nesse caso, portanto, ainda não há condições de se pronunciar a respeito", informou a entidade, por meio de nota.

A avaliação do mercado, porém, é de que nem mesmo a eventual taxação das operações de débito e crédito deveria frear a expansão do setor. Em primeiro lugar, devido ao hábito dos consumidores e disseminação das maquininhas no mercado. Em segundo lugar, porque o ex-secretário da Receita também pretendia taxar os saques e depósitos em dinheiro com uma alíquota ainda mais alta da CP, de 0,4%.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.