A confeiteira Eliana Segundo resolveu fazer as compras de Páscoa na próxima semana, às vésperas do feriado como 50% dos brasileiros ouvidos pela pesquisa realizada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas).
Para a economista chefe do SPC, Marcela Kawauti, a pesquisa aponta para um aumento na intenção de compra, mostrando que 69% dos brasileiros pretendem comprar ou já compraram presentes e chocolates para a Páscoa. “No ano passado, 57% tinham essa intenção. Significa que as pessoas estão mais otimistas este ano, um sinal ainda tímido de que a economia volta aos poucos a crescer”, diz. “Mas como estávamos no fundo do poço, a maioria vai gastar o mesmo valor que no ano passado. ”
O levantamento do SPC Brasil mostra que cerca de 44% dos consumidores pretendem comprar a mesma quantidade de produtos que na Páscoa de 2017, 31% pretendem comprar mais produtos e 14% comprar menos. A média de compras esperada é de cinco produtos e o gasto total médio, R$ 135,03.
“A pesquisa mostra que o consumidor não sente a melhora da economia como os economistas. O mercado de trabalho ainda não se recuperou e as pessoas continuam com a renda comprometida”, avalia Marcela. Segundo os números, 41% dos consumidores ouvidos têm a sensação de que os preços dos produtos para a Páscoa estão mais caros neste ano do que em 2017 – percentual que era 56% na sondagem do último ano.
“Nunca vi os preços caírem na Páscoa, ao contrário, sempre sobem. O ideal é comprar com antecedência e sempre pesquisar muito”, diz Eliana. “Uma boa saída são os ‘atacarejos’ (comércio que vende em grandes quantidades para o varejo), mas mesmo assim não dá para comprar tudo em um local só. ” Eliana está entre os 91% dos compradores pretende fazer pesquisa de preço antes de levar os ovos ou demais produtos para casa.
O chocolate permanece na lista de compras — seis em cada dez consumidores pretendem comprar ovos de chocolate (61%), enquanto 51% preferem os bombons e 48% as barras de chocolate. Entre estes últimos, os principais motivos da preferência são por considerar que a celebração é mais importante do que a forma do chocolate (50%) e por achar que as barras e bombons são mais baratos (39%).
Entre aqueles que pretendem comprar chocolates caseiros, os principais motivos são considerar que sejam mais personalizados (30%), que a qualidade do chocolate é melhor (22%) e também ajudar as pessoas que vendem informalmente (19%).
“Orientamos que as pessoas pesquisem e façam substituições. A barra com certeza sai mais barato que o valor do ovo. Melhor comprar azeite nacional que importado. O consumidor precisa ficar atento e fazer contas para poder economizar” aconselha Marcela. Conselho que Eliana observa na prática: “Basta olhar o preço dos ovos e o peso e comparar com as barras. É possível comprar chocolate belga pelo preço de um ovo.”
Ainda de acordo com a pesquisa, 30% dos consumidores devem participar de amigo-secreto na Páscoa. Quatro em cada dez pessoas que participarão (40%) pretendem gastar entre R$ 26,00 e R$ 50,00 com cada presente do amigo secreto, sendo que a média de gasto será de R$ 45,74.
Um alerta: perguntados sobre ter o nome sujo por causa da Páscoa, 7% responderam que tiveram problemas ano passado. E 14% dos entrevistados que vão fazer compras nesta data admitem que costumam gastar mais do que as finanças permitem e 6% vão deixar de pagar alguma conta para dar presentes.