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Presidente da China renova promessas de abrir economia e cortar tarifas neste ano em meio a disputa comercial

Economia|

Por Kevin Yao e Elias Glenn

BOAO/PEQUIM, China (Reuters) - O presidente da China, Xi Jinping, prometeu nesta terça-feira abrir mais a economia do país e reduzir tarifas de importação sobre produtos como carros, em um discurso visto como uma tentativa de acalmar a disputa comercial com os Estados Unidos.

Embora a maior parte das promessas sejam reiterações de reformas anunciadas anteriormente, as declarações de Xi fizeram as ações e o dólar subirem por expectativas de um acordo que possa evitar uma guerra comercial.

Xi afirmou que a China vai ampliar o acesso ao mercado para investidores estrangeiros, uma importante reclamação dos parceiros comerciais do país e um ponto de discórdia para o governo dos Estados Unidos, que ameaçou com bilhões de dólares em tarifas sobre produtos chineses.

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"O discurso do presidente Xi parecer ter dado um tom relativamente positivo e abre a porta para potenciais negociações com os EUA em nossa visão. O foco agora muda para a possível resposta dos EUA", disseram economistas do Nomura.

"Mas é claro que ações falam mais alto do que palavras. Vamos ficar de ilho no progresso dessas medidas de abertura."

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O discurso no Fórum Boao para a Ásia já era esperado como uma das principais declarações de Xi em um ano em que o Partido Comunista marca o 40º aniversário de suas reformas econômicas e abertura sob o comando do ex-líder Deng Xiaoping.

Xi disse que a China vai elevar o limite de propriedade estrangeira nos setores de automóveis, construção naval e de aeronaves "o mais rápido possível", e avançar com medidas anunciadas anteriormente para abrir o setor financeiro.

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"Neste ano, vamos reduzir consideravelmente as tarifas de importação de automóveis, e ao mesmo tempo reduzir as tarifas de importação de alguns outros produtos", disse Xi.

Ele também disse que a "mentalidade da Guerra Fria" e arrogância se tornaram obsoletas e serão repudiadas. O discurso dele não mencionou especificamente os EUA ou suas políticas comerciais.

O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, já havia prometido no Fórum Econômico Mundial em janeiro que a China lançaria novas iniciativas de abertura do mercado este ano, e que reduziria as tarifas de importação de automóveis de maneira "ordenada".

Autoridades chinesas têm prometido desde pelo menos 2013 aliviar as restrições a joint ventures estrangeiras na indústria automobilística, o que permitiria que empresas estrangeiras assumissem uma participação majoritária. Atualmente, elas estão limitadas a uma participação de 50 pro cento em joint ventures e não podem estabelecer fábricas próprias.

O presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, criticou a desigualdade de condições na China e quer manter a propriedade sobre uma fábrica sobre a qual a companhia está em negociações para construir no país.

"Esta é uma ação muito importante da China. Evitar uma guerra comercial beneficiará todos os países", tuitou Musk após o discurso de Xi.

Grupos empresariais estrangeiros saudaram o compromisso de Xi com as reformas, incluindo promessas de fortalecer a dissuasão legal sobre violações de propriedade intelectual, mas disseram que faltam detalhes ao discurso.

"Em última análise, a indústria dos EUA buscará a implementação de reformas econômicas há muito paralisadas, mas as ações até hoje minaram enormemente o otimismo da comunidade empresarial dos EUA", disse Jacob Parker, vice-presidente de operações na China do Conselho Empresarial EUA-China.

As promessas renovadas de Xi de abrir o setor automobilístico surgem depois que Trump criticou a China no Twitter por manter em 25 por cento as tarifas de importação de automóveis, em comparação com 2,5 por cento das tarifas dos EUA, chamando tal relação com a China como não de livre comércio, mas de "comércio estúpido".

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