A inflação deste ano, pelo IPCA-E, é a mais alta desde 2002
Getty ImagesA prévia da inflação, medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), teve alta de 1,18% em dezembro e ficou 0,33 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,85% de novembro. Em relação aos meses de dezembro, foi o índice mais elevado desde 2002, quando registrou 3,05%.
Dessa forma, o IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial), que é o IPCA-15 acumulado, fechou o ano de 2015 em 10,71%, o mais elevado desde 2002, quando atingiu 11,99%. Em dezembro de 2014, o índice ficou em 0,79%, fechando o ano em 6,46%.
Leia mais sobre Economia e ajuste suas contas
R7 Play: assista à Record onde e quando quiser
Em dezembro, alimentação e bebidas, com alta de 2,02%, e transportes, com 1,76%, apresentaram os mais elevados resultados de grupo. Juntos, foram responsáveis por 69% do índice, já que somam 0,82 p.p. de impacto, sendo 0,50 p.p. dos alimentos e 0,32 p.p. dos transportes.
Sobre o grupo alimentação e bebidas (2,02%), foi em Goiânia que os preços mais subiram, chegando a 3,31%. Em São Paulo, a variação foi 1,46%, alta menos intensa do que as demais regiões.
Orçamento das famílias
Os preços de vários produtos importantes na despesa das famílias tiveram alta expressiva de novembro para dezembro, com destaque para a cebola (26,28%), batata-inglesa (18,13%), tomate (17,60%), açúcar refinado (13,74%) e cristal (13,64%), feijão-carioca (5,60%), hortaliças (5,05%), frutas (4,90%) e óleo de soja (4,78%).
Considerando o ano, alimentação e bebidas apresentou alta de 12,16%, resultado superado apenas pelo grupo habitação (18,51%). A maior elevação foi registada na região metropolitana de Porto Alegre, onde os preços subiram 14,21%, seguida por Curitiba, com 14,08%. Belo Horizonte registrou alta mais moderada, 9,61% em comparação às demais.
No grupo transportes (1,76%), o item combustíveis, cujos preços subiram 3,41%, se destaca por liderar o ranking dos principais impactos individuais do mês, 0,18 p.p. O litro da gasolina ficou 2,69% mais caro e contribuiu com 0,11 p.p. no índice, enquanto o etanol subiu 7,14%, com 0,07 p.p. Destaca-se, também, o aumento sazonal de 36,54% de dezembro no item passagens aéreas. Com isso, o grupo transporte ficou com variação de 10,27% no ano.
Entre os itens que compõem os demais grupos de produtos e serviços pesquisados, destaca-se a energia elétrica, cujas contas subiram 0,95% em decorrência, principalmente, da variação de 8,34% apropriada na região metropolitana do Rio de Janeiro, onde as tarifas de uma das concessionárias foi reajustada em 16% desde o dia 07 de novembro.
Quanto aos índices regionais, o maior foi o do Rio de Janeiro (1,67%), por influência das contas de energia elétrica, que subiram 8,34%. O menor índice foi o da região metropolitana de Belo Horizonte (0,79%).
Para o cálculo do IPCA-15 os preços foram coletados no período de 13 de novembro a 11 de dezembro de 2015 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de outubro a 12 de novembro de 2015 (referência).
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.