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Previdência precisará de nova mudança em 5 anos, dizem analistas

Economistas acreditam que economia de recursos será menos do que a anunciada

Economia|

Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles está otimista com reforma
Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles está otimista com reforma Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles está otimista com reforma

Os técnicos do Ministério da Fazenda e os economistas do mercado financeiro têm contas diferentes sobre o impacto das mudanças feitas na proposta de reforma da Previdência. Mas o que preocupa os especialistas não são as pequenas variações contábeis, mas o cenário quando se leva em consideração outra proposta da atual gestão, que já está em vigor: o teto do gastos, que limita as despesas do orçamento de um ano com base na inflação do ano anterior. Pelas projeções do mercado, do jeito que a reforma ficou, em cinco anos o teto "estoura" — o que vai exige novas medidas para cortar os gastos, elevar as receitas ou que se faça, em poucos anos, mais uma rodada de reformas na Previdência.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já anunciou que as alterações feitas pelo relator da reforma da Previdência vão representar um perda entre 20% e 30% em relação a estimativa inicial de economia. Em 10 anos, a redução prevista, que era próxima de R$ 800 bilhões, vai cair para R$ 600 bilhões. Os economistas que se debruçaram sobre as projeções, na média, veem uma perda um pouco maior, acima de 40%.

Ministério da Fazenda e mercado financeiro discutiram metodologias de cálculos dos efeitos da reforma da Previdência num encontro técnico, na capital paulista, no início da semana. Apresentaram as suas contas os bancos Itaú, Safra e BBM, as gestoras de recursos SPX, Claritas e Mauá Capital. Na plateia estavam economistas de outras instituições financeiras e consultorias empresariais.

Pelo cálculo do Banco Itaú Unibanco, por exemplo, a proposta inicial enviada ao Congresso pelo governo poderia gerar uma economia de R$ 760 bilhões até 2017. Com as mudanças, o corte de despesas tende a cair para cerca de R$ 430 bilhões. Para o economista Pedro Schneider, do Itaú Unibanco, a diferença porcentual entre os cálculos é o menor dos problemas. "O ruim seria não fazer nada; qualquer mudança é bem vinda, pois evita a explosão da conta previdenciária", diz.

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Medidas

Mas Schneider reforça que o governo vai precisar, o quanto antes, adotar medidas adicionais para compensar o fato de a economia ser menor: "Nossas propostas são cortar, ao máximo, os subsídios agrícolas, mudar as regras do Minha Casa Minha Vida, acabar com todas as desonerações sobre a folha e tirar o abono salarial — o que já deveria ter sido feito."

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Sem adoção de medidas adicionais, já se formou o consenso entre os economistas de que o problema será segurar o teto dos gastos. "Avaliando todas as projeções dos colegas, fica claro que em cinco ou, no máximo, seis anos, o teto dos gastos estoura", diz Evandro Buccini, da Rio Bravo Investimentos, que estava na plateia do evento em São Paulo. O resumo da situação econômica nacional nas palavras de Buccini: "Com certeza, hoje estamos melhor do que a há um ano, e estamos no caminho certo, mas o problema fiscal continua muito grave."

O economista Paulo Tafner, professor da Universidade Cândido Mendes e especialista em Previdência, estimou que a perda pode ser ainda maior: entre 50% e 60%. Mas ele também considera o relatório final um avanço: "Todo mundo deu seus pitacos. Parece que é o que seria viável de aprovar. Mas teremos uma reforma homeopática. Será como levar um infartado para o hospital de carroça, em vez de usar uma ambulância", afirma Tafner. 

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