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Produção de açúcar do centro-sul fica ameaçada por chuvas

Economia|

SÃO PAULO (Reuters) - A produção de açúcar do centro-sul do Brasil somou 1,44 milhão de toneladas na primeira quinzena de julho, queda de mais de 40 por cento ante a segunda quinzena de junho e também na comparação com o mesmo período da temporada passada, em meio a chuvas que ameaçam as previsões iniciais de produção, afirmou a Unica nesta quinta-feira.

A produção do adoçante caiu ainda com usinas destinando mais cana para a produção de etanol, que está com preços mais interessantes e demanda mais forte, segundo a associação que representa as usinas do centro-sul, região que responde por cerca de 90 por cento da safra do Brasil, o maior produtor e exportador global da commodity.

As usinas do centro-sul moeram 29,26 milhões de toneladas de cana na primeira metade de julho, significativa queda de 29,3 por cento sobre a mesma quinzena de 2014 e retração de 37,2 por cento em relação à quantidade esmagada na última quinzena de junho.

Os contratos futuros do açúcar bruto negociados em Nova York ampliaram ganhos ligeiramente após a divulgação dos dados da Unica, que subiam cerca de 1 por cento por volta das 13h10 (horário de Brasília).

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"Essa redução da moagem na primeira quinzena de julho se deve ao excesso de chuvas que atingiram importantes áreas canavieiras no centro-sul, principalmente aquelas localizadas nos Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo", disse o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, em nota.

Rodrigues destacou também que, "caso o clima mais chuvoso persista nas próximas quinzenas, a dificuldade de operacionalização da colheita e a piora na qualidade da matéria-prima poderão levar a uma safra (2015/16) menor do que aquela inicialmente prevista, mesmo assumindo um período de moagem mais longo do que o normal".

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"Para atingir as 590 milhões de toneladas de cana-de-açúcar estimadas em abril para o centro-sul, as unidades produtoras precisarão colher 35 milhões de toneladas adicionais no comparativo com a safra anterior ao longo das próximas quinzenas", acrescentou o executivo.

No acumulado desde o início da safra até 16 de julho, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) totalizou 122,48 kg por tonelada de matéria-prima, queda de 3,5 por cento na comparação com o total apurado na mesma data de 2014 --chuvas tendem a reduzir a concentração de ATR.

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ETANOL

Da quantidade total de cana-de-açúcar moída na primeira quinzena de julho, somente 39,1 por cento destinou-se à produção de açúcar, contra 46,40 no mesmo período da safra 2014/2015. No acumulado desde o início da safra, o índice totalizou 39,92 por cento, a menor proporção registrada desde a safra 2008/2009, quando a quantidade de matéria-prima alocada à produção de açúcar até 16 de julho havia alcançado 39,71 por cento.

Como resultado, a produção de açúcar caiu 17 por cento no acumulado da safra ante a temporada anterior, para 10,71 milhões de toneladas.

Para Rodrigues, "esta tendência atual de alocação da matéria-prima processada sugere que a produção de açúcar na safra 2015/2016 deve ficar inferior àquela inicialmente prevista pela entidade no início deste ano" --a Unica previa produção de 31,8 milhões de toneladas.

De outro lado, esse movimento garante maior estabilidade à oferta de etanol, mesmo considerando uma possível redução no processamento e na qualidade da cana, acrescentou.

O volume produzido de etanol nos primeiros 15 dias de julho alcançou 1,39 bilhão de litros (527,9 milhões de litros de etanol anidro e 859,2 milhões de litros de etanol hidratado), ante 1,81 bilhão de litros apurados na mesma quinzena do ano anterior.

A produção acumulada de etanol somou 9,98 bilhões de litros, ligeiramente inferior aos 10,26 bilhões de litros fabricados em idêntico período da safra 2014/2015.

Deste volume, 3,39 bilhões de litros referem-se ao etanol anidro e 6,59 bilhões de litros ao etanol hidratado --cifra 12 por cento superior àquela verificada em 2014, com o consumo crescendo fortemente no Brasil, em meio à maior competitividade frente à gasolina, cujas vendas têm caído no país.

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(Por Marcelo Teixeira e Roberto Samora)

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