Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Proposta para ampliar horário de negociação de minicontratos na BM&FBovespa divide corretoras

Economia|

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - Uma proposta para ampliar o horário de negociação dos minicontratos futuros de Ibovespa e de dólar na BM&FBovespa tem dividido opiniões de agentes do mercado entre os que defendem que trará mais negócios e os que afirmam que vai gerar mais custos.

Na última reunião da Câmara de Operações da BM&FBovespa, que tem perfil consultivo e é formada por cerca de 20 corretoras, a XP Investimentos, maior corretora independente de varejo do país, propôs que esses contratos fossem negociados 24 horas durante sete dias da semana, disseram duas fontes a par do assunto.

Os minicontratos futuros permitem que investidores, em especial pessoas físicas e pequenas empresas, acessem o mercado de derivativos da BM&FBovespa, uma vez que têm custos operacionais mais baixos do que os contratos tradicionais.

Publicidade

No caso do mini de Ibovespa, por exemplo, o valor do contrato é de 20 por cento do contrato futuro do Ibovespa padrão. Cada ponto do índice equivale a 0,20 real, enquanto esse valor é de 1 real no contrato padrão.

Atualmente, a negociação ocorre nos dias em que a bolsa funciona, com contrato futuro mini de Ibovespa das 9h às 17h55 e a rolagem dos mesmos das 9h às 18h, enquanto as operações com futuro de mini de dólar comercial, incluindo rolagem, das 9h às 18h.

Publicidade

De abril a janeiro, foram negociados 38,1 milhões de minicontratos futuros de Ibovespa, representando um total de 352,4 milhões de reais. No caso dos mini de dólar, foram transacionados quase 26 milhões de contratos, equivalentes a perto de 1 bilhão de reais.

"A receita que se vai auferir com isso não chega nem perto do custo que a alteração vai gerar", disse uma das fontes, que é contrária à extensão do horário, referindo-se particularmente à necessidade de funcionários à disposição nas corretoras.

Publicidade

Do lado da defesa, uma terceira fonte afirmou que a ampliação dos negócios abriria espaço para estrangeiros em mercados com relevante diferença de horário para o Brasil operar no país, assim como para pessoas físicas que teriam um horário mais amplo.

Duas das fontes ouvidas pela Reuters disseram que a ideia foi voto vencido na câmara, enquanto a terceira disse que houve certa aceitação, principalmente pela bolsa, mas que há por enquanto barreiras de desenvolvimento relacionadas à operacionalização da proposta.

Procurada, a BM&FBovespa disse por meio de sua assessoria de imprensa que a bolsa não tem nada planejado em relação à alteração de horário de negociação dos minicontratos.

A bolsa disse que avalia "continuamente oportunidades de melhorias em seus produtos e serviços e as discussões buscam sempre alinhar os interesses com os diferentes participantes do mercado, utilizando-se das Câmaras Consultivas como o fórum apropriado para estes debates".

Duas das três fontes ouvidas pela Reuters afirmaram, contudo, que um veredicto da câmara não encerra a discussão, e uma delas cita a questão do horário expandido durante o horário de verão na Bovespa.

As discussões sobre ampliar o pregão regular da Bovespa durante o horário de verão, para reduzir a diferença com o mercado acionário norte-americano, também não teve consenso e, no final, a BM&FBovespa optou por expandir as horas de negociação.

"O investidor global está de olho no Brasil e para a bolsa essa mudança é válida porque ela já tem infraestrutura, não teria custo adicional. Ela só tem a ganhar", afirmou uma das fontes.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.