Meirelles diz que foco da intervenção é administrativo
Adriano Machado/ReutersO ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira (21) que, se a intervenção federal no Rio de Janeiro durar até dezembro, a reforma da Previdência vai ficar para o próximo governo. Ele ressaltou que a reforma está "suspensa", mas não "sepultada".
— Quanto mais tempo passar para fazer a reforma, mais dura a mudança terá de ser.
Questionado se o governo planeja dar mais recursos às Forças Armadas para lidar com a criminalidade no Rio, Meirelles ressaltou que o foco da intervenção federal no Estado é administrativo e que a segurança pública fluminense passou a ser comandada por um general do Exército.
As despesas, incluindo a das polícias, vão continuar sendo pagas pelo Estado do Rio, segundo destacou o ministro.
Meirelles ressaltou que não há pedido de aporte extraordinário para as Forças Armadas, mas os desembolsos continuam para ajudar a aliviar a situação fiscal do Rio.
— Se houver necessidade de tropas federais que gerem despesas extras, eles vão fazer suas contas, seus cálculos. No momento, não há pedido nesse sentido.
O Orçamento está sujeito ao teto de gastos e, caso precise de recursos para uma intervenção maior no Rio, Meirelles disse que será preciso realocar recursos de outras áreas do governo. O ministro ressaltou que esta semana o governo vai aprovar um empréstimo de R$ 1 bilhão para o Rio, lastreado em royalties do petróleo.
IBC-Br e inflação
Ainda na entrevista, o titular da Fazenda ressaltou que o IBC-Br espécie de prévia do PIB (Produto Interno Bruto) calculada pelo Banco Central, cresceu fortemente em dezembro. Também ressaltou que a inflação está comportada e abaixo da meta e que o índice de preços medido pelo INPC, que mostra as variações para as classes de renda mais baixa, está num dos menores patamares da história.
— Tudo isso faz com que haja maior poder de compra.
Meirelles ressaltou que o mercado tem revisado para baixo a previsão sobre os preços em 2018 e que inflação zero é algo que nenhum banco central quer. Sobre a elevação dos preços dos combustíveis e do gás, o ministro disse que os valores estão subindo, mas que o importante é o conjunto de preços.
— O gás subiu, mas outros preços caíram, como o dos alimentos. Ninguém gasta 100% do salário só com gás. O importante é o conjunto das compras.
No final da entrevista, Meirelles alertou os ouvintes sobre o uso indevido do cartão de crédito.
— É preciso que a população entenda que não se usa cartão como forma recorrente para se financiar.
O ministro ressaltou que o juro do crédito rotativo é sempre maior do que outras taxas.