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Setor de serviços recua 0,2% em fevereiro e tem 2ª queda seguida

Mesmo com dado negativo, segmento responsável por mais de 70% do PIB segue acima do nível pré-pandemia, aponta IBGE

Economia|Do R7

Setor de serviços encolheu em quatro dos últimos seis meses
Setor de serviços encolheu em quatro dos últimos seis meses Setor de serviços encolheu em quatro dos últimos seis meses

Responsável por cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, o setor de serviços recuou 0,2% no mês de fevereiro, apontam dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Os números da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) correspondem à segunda queda mensal consecutiva do setor. Apesar do recuo, o segmento figura 5,4% acima do nível de fevereiro de 2020, o último mês sem as medidas restritivas adotadas para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus. O setor, no entanto, aparece 7% abaixo do ponto mais alto da série histórica, de novembro de 2014.

Rodrigo Lobo, gerente responsável pela pesquisa, recorda que o volume de serviços cresceu em apenas dois dos últimos seis meses, em novembro e dezembro. "Ainda que haja um predomínio de taxas negativas, o saldo desses meses ficou em 0,1%, ligeiramente positivo e muito próximo da estabilidade", afirma.

Para Lobo, os dados apresentados nos últimos meses mostram que o principal impulso para a economia nacional está estacionado, em uma acomodação dos ganhos obtidos até agosto de 2021.

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O avanço do volume de serviços prestados no Brasil contribuiu, ao lado da indústria, para o crescimento de 4,6% da economia brasileira no ano passado. O desempenho reverteu o tombo de 3,9% do PIB em 2020 ocasionado pela pandemia de Covid-19.

Diante do cenário, o pesquisador do IBGE divide o comportamento do setor de serviços com a pandemia em quatro momentos desde o começo da crise sanitária. Inicialmente, houve uma queda acentuada de 17% entre março a maio de 2020, processo que foi revertido pela rápida recuperação no acumulado e de junho a novembro do mesmo ano.

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Na sequência, Lobo ressalta que, entre dezembro de 2020 e agosto de 2021, houve uma desaceleração, mas ainda com crescimento acumulado de 9,7%. O cenário atual, iniciado em setembro do ano passado, representa uma acomodação do setor, com a variação de apenas 0,1% no período de seis meses. 

Em relação a fevereiro de 2021, o setor de serviços cresceu 7,4%, com alta em quatro das cinco atividades. “Essa é a 12ª taxa positiva seguida nessa comparação. A base do início do ano de 2021 ainda é deprimida, o que favorece o aparecimento de taxas positivas nesses dois meses iniciais de 2022”, avalia Lobo.

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Atividades

Em fevereiro, duas das cinco atividades investigadas tiveram retração e foram decisivas para o novo resultado negativo dos serviços. A maior queda foi apresentada pelos serviços de informação e comunicação (-1,2%), que aparece em um nível 8,6% acima do patamar de fevereiro de 2020.

“O que puxou a queda dessa atividade foram as telecomunicações, que caíram 2,8% em fevereiro. Esse segmento, que é o de maior peso na pesquisa, encontra-se 9% abaixo do patamar pré-pandemia”, explica Lobo.

O ramo de outros serviços, por sua vez, caiu 0,9%. Com a segunda variação negativa consecutiva, a atividade acumula perda de 1,3% nos dois primeiros meses de 2022. A área ainda aparece 0,4% abaixo do nível apurado antes da Covid-19.

Setor de transportes cresceu impulsionado pelos ramos rodoviário e ferroviário de carga
Setor de transportes cresceu impulsionado pelos ramos rodoviário e ferroviário de carga Setor de transportes cresceu impulsionado pelos ramos rodoviário e ferroviário de carga

Já os serviços prestados às famílias variaram 0,1% em fevereiro e praticamente não influenciaram no resultado do setor de serviços no mês. Muito impactada pela pandemia, a atividade encontra-se num patamar 14,1% abaixo do nível de fevereiro de 2020.

O destaque pelo lado das altas ficou com os transportes, que cresceram 2% em fevereiro. Trata-se do quarto mês seguido de crescimento, com ganho acumulado de 8,2% nesse período. "Em fevereiro, o setor foi impulsionado pelo transporte rodoviário e ferroviário de carga”, explica Lobo.

Também em alta, os serviços profissionais, administrativos e complementares cresceram 1,4%, o quarto resultado positivo consecutivo, com expansão acumulada de 6,8% no período. Em fevereiro, a área foi impulsionada pelas maiores receitas obtidas pelas empresas que atuam com locação de mão de obra temporária, atividades de cobrança e informações cadastrais e locação de automóveis.

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