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TJLP de 5% ao ano gera custos ao Tesouro e pode subir

Economia|

O governo federal estuda elevar a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje em 5% ao ano. A taxa, que está neste patamar há um ano e meio, baliza o custo dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A equipe econômica está dividida quanto ao momento de elevar a TJLP, mas há consenso quanto ao sentido: uma alta é considerada "inevitável".

Hoje, a TJLP está 6 pontos porcentuais abaixo da Selic, a taxa básica de juros, e essa diferença deve aumentar após as eleições e ao longo do ano que vem, segundo prevê o mercado. O Banco Central interrompeu a elevação da Selic, atualmente em 11% ao ano, mas pode voltar a elevar os juros para combater a inflação - o mercado financeiro estima a Selic em 12% no ano que vem.

Segundo apurou o jornal 'O Estado de S. Paulo', os técnicos do governo Dilma Rousseff reconhecem os altos custos para o Tesouro Nacional que a TJLP mantida em 5% ao ano provoca.

Desde 2008, o Tesouro engordou o caixa do BNDES em mais de R$ 460 bilhões, dinheiro obtido com a venda de títulos públicos no mercado. Esses papéis, emitidos pelo Tesouro, pagam ao investidor uma taxa próxima a Selic. Uma vez com o BNDES, o dinheiro é emprestado às empresas remunerado pela TJLP.

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Essa discrepância entre as taxas, que gera o subsídio federal aos financiamentos para o setor privado, é chamada de "equalização dos juros", no Orçamento. A diferença entre a Selic e a TJLP, que chegou a ser de apenas 2,25 pontos porcentuais entre janeiro e abril de 2013, vem crescendo até chegar ao nível atual, considerado explosivo.

Divisão

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A divisão entre os técnicos se dá quanto ao "timing" dessa elevação da TJLP. Um grupo, hoje majoritário, avalia ser possível empurrar essa decisão para 2015, de forma a evitar um contágio eleitoral. Por outro lado, um grupo de economistas avalia ser importante iniciar já o "ajuste da TJLP", como é chamado nos bastidores. Uma pequena elevação, de 0,25 ou até 0,5 ponto porcentual, não agravaria os contratos em vigor do setor privado com o BNDES, mas aliviaria os custos do Tesouro com a equalização dos juros.

Os riscos advogados pelo grupo que defende o ajuste apenas em 2015 envolvem as concessões ao setor privado previstas no Programa de Investimento em Logística (PIL), uma das principais bandeiras eleitorais da gestão Dilma Rousseff.

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Promessa

Para convencer os consórcios privados a entrarem nas privatizações de aeroportos e portos, além de construírem e ampliarem rodovias e ferrovias, o governo fechou pacotes vantajosos de financiamento, que incluem BNDES e taxas de juros baixas. Os contratos, em geral, incluem TJLP acrescida de 1,5% a 2,5% por ano. Ao elevar a TJLP, o governo poderia reduzir o apetite do empresariado.

"Uma hora a TJLP terá que subir, todos sabem disso. Ela não é uma taxa fixa, então quando a Selic voltar a cair, os juros em geral podem e devem cair novamente", disse uma fonte graduada do governo ao jornal 'O Estado de S. Paulo'.

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