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Vacinação em massa é vital para a recuperação de empregos

Em meio a uma disputa sobre como se dará a campanha, início de 2019 deve registrar novos picos de desocupação

Economia|

Mutirão do emprego reúne milhares de trabalhadores no Vale do Anhangabaú, em São Paulo
Mutirão do emprego reúne milhares de trabalhadores no Vale do Anhangabaú, em São Paulo Mutirão do emprego reúne milhares de trabalhadores no Vale do Anhangabaú, em São Paulo

Para os especialistas em mercado de trabalho é preciso que o País avance em um programa consistente de vacinação contra a covid-19 no ano que vem, se quiser reduzir os efeitos negativos da pandemia nos empregos e na renda. O ano, marcado por recordes de desemprego, se encerra com a perspectiva de novos picos de desocupação no começo de 2021, quando um contingente de desempregados que era beneficiado pelo auxílio emergencial deve voltar a buscar uma nova ocupação, após o fim do benefício.

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Enquanto autoridades brigam pela condução da corrida pela vacinação contra o novo coronavírus e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) levanta dúvidas sobre a eficácia e segurança das vacinas, o País aguarda uma resolução sobre o início do programa de imunização, o que pode definir se a economia brasileira terá o mesmo ritmo de recuperação de países em que a vacinação já começou.

A taxa de desemprego era de 14,2% em novembro, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid, iniciada em maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo mês, o País criou 414,6 mil vagas formais, um recorde, mas que não repõe as perdas do ano, pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.

Na visão de economistas, a taxa de desocupação no País deve bater no maior patamar já visto no primeiro trimestre de 2021, quando o auxílio emergencial não deverá mais ser concedido aos brasileiros que mais sentiram os impactos econômicos da covid.

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Para o consultor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Eduardo Zylberstajn, há dois pontos importantes ao se avaliar o impacto positivo da vacina na recuperação dos empregos. "O primeiro é que quanto mais pessoas forem vacinadas, mais rapidamente elas poderão retomar suas atividades. Mas também haveria uma mudança de expectativas: cai a incerteza e com isso investimentos e gastos das famílias, com viagens, por exemplo, poderiam voltar, no curto prazo."

"É preciso produzir em larga escala e distribuir a vacina para voltar, na medida do possível, à vida ‘pré-coronavírus’. Só com o fim da pandemia é que vamos poder vislumbrar uma recuperação plena da atividade econômica e gerar mais empregos", afirma o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) Marcel Balassiano.

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Clemente Ganz Lúcio, sociólogo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), concorda que a vacinação será crucial para recuperar o mercado de trabalho em 2021. Ele só pondera que isso não resolve todos os problemas, e que o desemprego já era alto mesmo antes da pandemia.

No trimestre até fevereiro, a desocupação era de 11,6%, pela Pnad Contínua (a pesquisa feita habitualmente pelo IBGE e com metodologia diferente da Pnad Covid). "A superação da crise deve ser orientada por um projeto que mobilize a recuperação da capacidade de investimento público em infraestrutura econômica e social."

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Enquanto isso, o País vê o número de infectados e de mortos em uma nova escalada, no que muitos avaliam ser uma segunda onda. O governo de São Paulo quer começar a vacinação em janeiro. Em nível nacional, o programa do governo federal ainda desperta uma série de dúvidas.

Desigualdades

Uma pesquisa exclusiva da Arymax e da B3 Social, com o Instituto Veredas, ajuda a mostrar os efeitos desiguais da covid no mercado de trabalho. A maior parte dos trabalhadores das regiões Norte e Nordeste, por exemplo, que também são as mais dependentes do auxílio emergencial têm empregos vulneráveis - em setores mais afetados pela pandemia ou em postos informais.

"O Brasil já estava em um cenário de crescimento baixo, investimento em queda e maior déficit público. Com a pandemia, a gente recebeu a conta desses problemas. Depois dela, muitas pessoas devem cair na informalidade e ter ocupações muito precárias", diz Vahíd Vahdat, diretor do Veredas.

O estudo também aponta que é preciso investir, a partir do ano que vem, em uma combinação entre programas sociais e de inclusão produtiva, para que a população mais vulnerável tenha um colchão para atravessar a crise e consiga se recolocar no mercado de trabalho de forma mais rápida e estável.

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