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Homenagem: professores falam sobre os desafios da profissão

O R7 apresenta a história de docentes, suas motivações e dificuldades dentro das escolas

Educação|Do R7

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No dia 15 de outubro, comemora-se o Dia do Professor. Mais do que difundir o conhecimento, eles têm o papel de formar cidadãos aptos a contribuir positivamente com a sociedade. O R7 fez uma homenagem a estes profissionais, contando histórias de vida de alguns educadores e os motivos que os fizeram optar por esta carreira. Confira os relatos a seguir!
Solange Simões Comerlato, de 66 anos, atua como educadora no Rio de Janeiro há mais de 35 anos. Ela conta que começou a dar aulas particulares em casa e depois em escolas da rede privada.  Há 29 anos, trabalha na escola municipal Floriano Peixoto, no bairro São Cristóvão.  — Quando eu fui para escola municipal, eu queria que aquelas crianças tivessem as mesmas oportunidades que os alunos da classe mais alta tinham de ter uma educação de qualidade. Levei para a escola pública tudo o que vi de eficiente nas escolas particulares por onde passei. Educação para mim é vida. Ela fez da minha vida tudo, me deu todo o meu sustento espiritual e material. Eu criei três filhas sendo professora. Hoje sou coordenadora, mas eu não tenho mesa e nem sala. Minha mesa e minha sala são as 16 turmas que tenho na escola. Tornei-me professora, porque sempre gostei de estudar, trocar, estar perto das pessoas para dar o conhecimento que tenho e pegar do outro o conhecimento que preciso
Idalício Reimberg Lima, de 27 anos, é professor de biologia do ensino fundamental 2 em escolas públicas da rede estadual e municipal de São Paulo. Ele relata que, apesar de ser concursado nas escolas onde trabalha, a realidade de docentes não concursados na rede estadual não é fácil.  — Há professores que não têm férias proporcionais e nem direito à falta médica 
Apesar de reconhecer os aspectos problemáticos da carreira, o educador conta que, desde a faculdade, ele tinha convicção de que queria ser professor. — Sempre pensei em poder trabalhar em algo que eu pudesse continuar a estudar o que gosto, que é a biologia. E ser professor é um trabalho intelectual. No fim das contas, é gostoso dar aula. Eu me identifico com os meus alunos, porque também sempre estudei em escolas públicas e compreendo as questões dos jovens na sala de aula. Ser professor de escola pública é compartilhar, construir junto com os alunos um novo projeto de sociedade. Acho que a educação vive uma crise, porque as pessoas acham a área importante, mas não sabem quais os melhores caminhos para oferecê-la
Já Patricia Monari Baccaro, professora de matemática do ensino fundamental e médio do Colégio Mary Ward, recorda que, em 1988, entrou na escola técnica Getulio Vargas em São Paulo, para fazer o curso de edificações. Segundo ela, a oportunidade de ter uma profissão já no ensino médio fez com que ela  quase se tornasse engenheira.   — Depois do curso técnico decidi fazer matemática no ensino superior. Não escolhi a engenharia civil, que seria a especialização mais próxima do curso de edificações que eu havia feito no ensino médio. Estava chateada, pois eu queria fazer engenharia, contudo, decidi dar sequência ao curso de matemática. No segundo ano da faculdade, fui fazer estágio em algumas escolas e me encantei com a sala de aula. Estou trabalhando como professora há 16 anos. Não me arrependo dessa escolha, considero mais que uma profissão, acredito que é vocação. É muito gratificante ver o nome dos meus alunos na lista dos aprovados das melhores faculdades do País e saber que também fiz parte dessa caminhada
Valdir C. da Silva, coordenador do curso de matemática da Faculdade Singularidade, também comenta os motivos que o fizeram escolher a carreira.  — Para contar porque escolhi ser professor, temos que voltar um pouquinho no tempo. Quando era aluno do ensino fundamental 2, recordo-me que ensinava equações de primeiro grau para uma prima que não conseguia entender como, por que e em qual situação poderia utilizar essa tal de equação. Passados alguns anos, comecei a frequentar uma instituição religiosa e após algum tempo de estudos fui encaminhado para trabalhar com a evangelização infantil, nesse período trabalhávamos o Evangelho com leituras e entendimento dos textos, mas também tínhamos outras atividades. As dificuldades escolares destas crianças me permitiam auxiliá-las nesse contexto. Quando já trabalhava em um banco fui cursar matemática. Depois me convidaram para lecionar na educação básica e eu me encantei. Pedi demissão e fui dar aula.  Hoje sei que para aprender necessitamos ouvir, compreender e ensinar, “quem ensina aprende duas vezes” e que minha profissão promove a integração social
A professora Glaucia Fisner, que dá aula no 2º ano do ciclo fundamental no Colégio Franciscano Pio XII, explica o que a motiva. — Um eco ao final do ensino médio parecia me dizer mais ou menos assim: 'Faça Magistério; terá duas férias por ano e trabalhará meio período'. Após o curso, mesmo muito motivada, confesso que resolvi contrariá-la e seguir no curso de administração de empresas. Entretanto, ao longo dessa trajetória, faltava algo que me fizesse renovar, provocar e transformar. Pouco a pouco, a temporada “mulher de negócios” chegava ao fim. Descobri a arte de ser professora tornando-me professora. Eu sempre quis uma escola que educasse para a vida e colocasse o conhecimento a serviço dela. Agora, tenho essa possibilidade em minhas mãos!
Mônica Leopoldino Silva é professora de geografia há 19 anos. Atualmente dá aulas no ensino fundamental e médio do Colégio Mary Ward. Ela conta que dar aulas era a sua brincadeira preferida quando criança.   — Quando adolesci, optei por escrever. Meu sonho de ser escritora me levou à universidade e a ‘professora de brincadeira’ ficou ali, guardada na memória. Ingressei na escola para ser professora de verdade com uma turma do ensino médio que por sua curiosidade e seus sonhos adolescentes, foi minha maior motivação. Após tanto anos, ainda tenho as agruras e dificuldades da profissão:  trabalho demais, corro demais, mas sou motivada pelos desafios e por cada resultado. Cada coisa que dá certo está na fala e nos gestos dos alunos, está no momento em que termino a aula e, olhando para eles, sinto que eles foram tocados, foram picados pelo mosquitinho do conhecimento. Às vezes, nos dias ruins, parece pouco, mas creio na história, creio na memória como um meio de construir um futuro melhor. Então eu descanso a cabeça e penso em como prosseguir! 
Lucilla Mantello, do Colégio Humboldt, fala sobre sua escolha e cita o que considera ser a função primordial do professor. — Penso que seja uma das profissões que você desde criança já sabe que irá querer ser quando crescer. Comigo foi assim. E, após tantos anos atuando ainda sentir a satisfação em caminhar até sua sala de aula, abrir a porta e receber seus alunos, ser parceira de suas descobertas e conquistas causa tanta alegria quanto no primeiro dia. E é esse sentimento que deixa a certeza da escolha certa da profissão
Thereza Camporesi é aposentada da rede pública estadual e trabalha no Colégio Mary Ward desde 1998. Ela dá aulas de português para alunos do ensino fundamental e médio. A influencia para escolher pela docência veio de uma vizinha.  — Eu era vizinha de uma professora, dona Odete, que ministrava aulas para crianças e, frequentemente, eu a auxiliava. O tempo foi passando, eu me mudei, no entanto continuei dando aulas particulares e socorrendo meus colegas de sala. Hoje já faz 34 anos que sou professora. Apareceram outras possibilidades profissionais, mas o magistério é algo contagioso, parece que depois que nos envolvemos, não conseguimos mais nos desvencilhar dessa ‘doença’. Resumindo, adoro lecionar, não sei se saberia fazer outra coisa com o mesmo prazer

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No dia 15 de outubro, comemora-se o Dia do Professor. Mais do que difundir o conhecimento, eles têm o papel de formar cidadãos aptos a contribuir positivamente com a sociedade. O R7 fez uma homenagem a estes profissionais, contando histórias de vida de alguns educadores e os motivos que os fizeram optar por esta carreira. Confira os relatos a seguir!
Solange Simões Comerlato, de 66 anos, atua como educadora no Rio de Janeiro há mais de 35 anos. Ela conta que começou a dar aulas particulares em casa e depois em escolas da rede privada.  Há 29 anos, trabalha na escola municipal Floriano Peixoto, no bairro São Cristóvão.  — Quando eu fui para escola municipal, eu queria que aquelas crianças tivessem as mesmas oportunidades que os alunos da classe mais alta tinham de ter uma educação de qualidade. Levei para a escola pública tudo o que vi de eficiente nas escolas particulares por onde passei. Educação para mim é vida. Ela fez da minha vida tudo, me deu todo o meu sustento espiritual e material. Eu criei três filhas sendo professora. Hoje sou coordenadora, mas eu não tenho mesa e nem sala. Minha mesa e minha sala são as 16 turmas que tenho na escola. Tornei-me professora, porque sempre gostei de estudar, trocar, estar perto das pessoas para dar o conhecimento que tenho e pegar do outro o conhecimento que preciso
Idalício Reimberg Lima, de 27 anos, é professor de biologia do ensino fundamental 2 em escolas públicas da rede estadual e municipal de São Paulo. Ele relata que, apesar de ser concursado nas escolas onde trabalha, a realidade de docentes não concursados na rede estadual não é fácil.  — Há professores que não têm férias proporcionais e nem direito à falta médica 
Apesar de reconhecer os aspectos problemáticos da carreira, o educador conta que, desde a faculdade, ele tinha convicção de que queria ser professor. — Sempre pensei em poder trabalhar em algo que eu pudesse continuar a estudar o que gosto, que é a biologia. E ser professor é um trabalho intelectual. No fim das contas, é gostoso dar aula. Eu me identifico com os meus alunos, porque também sempre estudei em escolas públicas e compreendo as questões dos jovens na sala de aula. Ser professor de escola pública é compartilhar, construir junto com os alunos um novo projeto de sociedade. Acho que a educação vive uma crise, porque as pessoas acham a área importante, mas não sabem quais os melhores caminhos para oferecê-la
Já Patricia Monari Baccaro, professora de matemática do ensino fundamental e médio do Colégio Mary Ward, recorda que, em 1988, entrou na escola técnica Getulio Vargas em São Paulo, para fazer o curso de edificações. Segundo ela, a oportunidade de ter uma profissão já no ensino médio fez com que ela  quase se tornasse engenheira.   — Depois do curso técnico decidi fazer matemática no ensino superior. Não escolhi a engenharia civil, que seria a especialização mais próxima do curso de edificações que eu havia feito no ensino médio. Estava chateada, pois eu queria fazer engenharia, contudo, decidi dar sequência ao curso de matemática. No segundo ano da faculdade, fui fazer estágio em algumas escolas e me encantei com a sala de aula. Estou trabalhando como professora há 16 anos. Não me arrependo dessa escolha, considero mais que uma profissão, acredito que é vocação. É muito gratificante ver o nome dos meus alunos na lista dos aprovados das melhores faculdades do País e saber que também fiz parte dessa caminhada
Valdir C. da Silva, coordenador do curso de matemática da Faculdade Singularidade, também comenta os motivos que o fizeram escolher a carreira.  — Para contar porque escolhi ser professor, temos que voltar um pouquinho no tempo. Quando era aluno do ensino fundamental 2, recordo-me que ensinava equações de primeiro grau para uma prima que não conseguia entender como, por que e em qual situação poderia utilizar essa tal de equação. Passados alguns anos, comecei a frequentar uma instituição religiosa e após algum tempo de estudos fui encaminhado para trabalhar com a evangelização infantil, nesse período trabalhávamos o Evangelho com leituras e entendimento dos textos, mas também tínhamos outras atividades. As dificuldades escolares destas crianças me permitiam auxiliá-las nesse contexto. Quando já trabalhava em um banco fui cursar matemática. Depois me convidaram para lecionar na educação básica e eu me encantei. Pedi demissão e fui dar aula.  Hoje sei que para aprender necessitamos ouvir, compreender e ensinar, “quem ensina aprende duas vezes” e que minha profissão promove a integração social
A professora Glaucia Fisner, que dá aula no 2º ano do ciclo fundamental no Colégio Franciscano Pio XII, explica o que a motiva. — Um eco ao final do ensino médio parecia me dizer mais ou menos assim: 'Faça Magistério; terá duas férias por ano e trabalhará meio período'. Após o curso, mesmo muito motivada, confesso que resolvi contrariá-la e seguir no curso de administração de empresas. Entretanto, ao longo dessa trajetória, faltava algo que me fizesse renovar, provocar e transformar. Pouco a pouco, a temporada “mulher de negócios” chegava ao fim. Descobri a arte de ser professora tornando-me professora. Eu sempre quis uma escola que educasse para a vida e colocasse o conhecimento a serviço dela. Agora, tenho essa possibilidade em minhas mãos!
Mônica Leopoldino Silva é professora de geografia há 19 anos. Atualmente dá aulas no ensino fundamental e médio do Colégio Mary Ward. Ela conta que dar aulas era a sua brincadeira preferida quando criança.   — Quando adolesci, optei por escrever. Meu sonho de ser escritora me levou à universidade e a ‘professora de brincadeira’ ficou ali, guardada na memória. Ingressei na escola para ser professora de verdade com uma turma do ensino médio que por sua curiosidade e seus sonhos adolescentes, foi minha maior motivação. Após tanto anos, ainda tenho as agruras e dificuldades da profissão:  trabalho demais, corro demais, mas sou motivada pelos desafios e por cada resultado. Cada coisa que dá certo está na fala e nos gestos dos alunos, está no momento em que termino a aula e, olhando para eles, sinto que eles foram tocados, foram picados pelo mosquitinho do conhecimento. Às vezes, nos dias ruins, parece pouco, mas creio na história, creio na memória como um meio de construir um futuro melhor. Então eu descanso a cabeça e penso em como prosseguir! 
Lucilla Mantello, do Colégio Humboldt, fala sobre sua escolha e cita o que considera ser a função primordial do professor. — Penso que seja uma das profissões que você desde criança já sabe que irá querer ser quando crescer. Comigo foi assim. E, após tantos anos atuando ainda sentir a satisfação em caminhar até sua sala de aula, abrir a porta e receber seus alunos, ser parceira de suas descobertas e conquistas causa tanta alegria quanto no primeiro dia. E é esse sentimento que deixa a certeza da escolha certa da profissão
Thereza Camporesi é aposentada da rede pública estadual e trabalha no Colégio Mary Ward desde 1998. Ela dá aulas de português para alunos do ensino fundamental e médio. A influencia para escolher pela docência veio de uma vizinha.  — Eu era vizinha de uma professora, dona Odete, que ministrava aulas para crianças e, frequentemente, eu a auxiliava. O tempo foi passando, eu me mudei, no entanto continuei dando aulas particulares e socorrendo meus colegas de sala. Hoje já faz 34 anos que sou professora. Apareceram outras possibilidades profissionais, mas o magistério é algo contagioso, parece que depois que nos envolvemos, não conseguimos mais nos desvencilhar dessa ‘doença’. Resumindo, adoro lecionar, não sei se saberia fazer outra coisa com o mesmo prazer

No dia 15 de outubro, comemora-se o Dia do Professor. Mais do que difundir o conhecimento, eles têm o papel de formar cidadãos aptos a contribuir positivamente com a sociedade. O R7 fez uma homenagem a estes profissionais, contando histórias de vida de alguns educadores e os motivos que os fizeram optar por esta carreira. Confira os relatos a seguir!

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