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As provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016 acontecem neste sábado (5) e domingo (6). Estudantes falam sobre o que pensam das ocupações estudantis que acontecem em todo o Brasil e o adiamento do Enem
* Colaborou Giuliana Saringer, estagiária do R7.Eduardo Enomoto/ R7
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Neste sábado, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Teixeira) divulgou que cerca de 270 mil estudantes farão as provas nos dias 3 e 4 de dezembro, já que são 405 escolas ocupadas por secundaristas. O R7 ouviu os candidatos que fizeram a prova na Universidade Presbiteriana Mackenzie, na cidade de São Paulo.
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A candidata Aryane Silva, 17, quer cursar medicina veterinária e afirma que o movimento das ocupações é legítimo.
— Eu acho que é certo fazer um movimento, porque não são coisas simples. A educação pública precisa de muita coisa e os estudantes querem isso. Não me sinto prejudicada pelo Enem ter sido adiado. Os estudantes vão fazer a prova de qualquer jeito.Eduardo Enomoto/ R7
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Já para Bianca Andrade Rodrigues, 18, o adiamento do Enem pode prejudicar parte das pessoas que prestariam as provas neste final de semana.
— Se adia para alguns, deveria acontecer o mesmo para todos. Mesmo que os estudantes dos locais ocupados continuem dentro das escolas e reivindicando, coloca a polícia, o exército para tirar todo mundo.Eduardo Enomoto/ R7
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Alexandre Scarlato, 18, é candidato ao curso de História e defende que os secundaristas devem continuar lutando pelos ideais que acreditam.
— Se eles estão ocupando por uma justa causa, que eles concordam, têm que lutar por isso. Não é que eles estão fazendo certo, mas podem lutar de acordo com os ideais deles, mesmo que for ao extremo.
Além disso, o estudante complementa que as ocupações poderiam ter agido de outra forma, sem prejudicar outros candidatos.
— Isso não é justo com quem não poderá fazer a prova, mas eles podiam fazer um protesto que não prejudicasse as outras pessoas, tendo mais consciência.Eduardo Enomoto/ R7
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Ana Sofia, 20, está prestando a prova do Enem em busca de uma vaga no curso de Medicina. Para a candidata, as ocupações são um bom começo para que haja mudanças.
— É uma coisa que está precisando, o governo cortou verba para a educação e, por isso, o movimento é muito importante. É uma pena que prejudique outras pessoas. Eu não vou ser prejudicada, mas outras pessoas vão ser. Por exemplo, o vestibular da FGV (Faculdade Getúlio Vargas) vai ser no mesmo dia do Enem e se mudasse meu local de prova eu seria prejudicada.Eduardo Enomoto/ R7
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Os estudantes Beatriz Lopes de Godoy, 17, e Bruno Mourão, 17, prestam o Enem para cursar medicina e direito, respectivamente. Nenhum dos dois se sente prejudicados com o adiamento das provas em alguns locais do País.
— Eu não me sinto prejudicada, porque eu estudei o ano inteiro, minha vida inteira. Eu queria que todos fizessem a prova no mesmo dia, mas não é uma coisa que me incomodaEduardo Enomoto/ R7
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A candidata Beatriz Helena, 17, defende que a atuação dos secundaristas é essencial para que haja mudanças na educação brasileira.
— Tem que ter ocupação sim. Eu acho que os alunos têm que se manifestar contra a PEC 241, que vai prejudicar os colégios públicos. Eles estão protestando e o adiamento da prova é uma consequência, mas deviam ter redirecionado as pessoas para colégios que não estivessem ocupados.
A estudante Brenda Rodrigues, 17, não concorda com a colega e vê a oportunidade de fazer a prova nos dias 3 e 4 de dezembro como uma injustiça com os outros que prestaram neste final de semana.
— Eu achei meio injusto, porque vão ter mais tempo para estudar. Agora é a hora e eu não vou poder mais estudar. É uma falha.Eduardo Enomoto/ R7
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Bruna Giovana Lima Viana, 17, pretende cursar medicina veterinária e confessa que não estava por dentro do assunto das ocupações. Após a reportagem explicar o cenário atual, a estudante afirma que o adiamento pode fazer com que candidatos percam a segunda data de provas.
— Algumas já tem o dia programado, não consegue ir no outro dia, por causa de um compromisso.Eduardo Enomoto/ R7
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Maria Fernanda Costa Carvalho é mãe de Fernanda, que está prestando a prova pelo terceiro ano. Para ela, é preciso lutar por uma boa educação, mas que as ocupações atrapalharam estudantes que prestariam o Enem nos locais em que estão protestando.
— Acho muito triste. Eu vejo minha filha que tá estudando muito e quer fazer medicina. Se ela tivesse em uma escola ocupada, eu ia lá para porta. Eu não acho que é dessa maneira que faz uma manifestação. Eu acho que tem que lutar pelo que quer sem impedir que os outros façam o que desejam. Queria saber o quanto essas pessoas estão interessadas, o quanto estão estudando.Eduardo Enomoto/ R7