Cerca de 300 manifestantes fecharam o portão principal da Cidade Universitária e todas as entradas para pedestre ao campus na manhã desta quinta-feira (7), na zona oeste de São Paulo, de acordo com a Guarda Universitária.
USP deve fechar o ano com déficit de R$ 1 bilhão, diz reitoria
USP Leste retomará as aulas no dia 18
Segundo a instituição, os portões 3, na avenida Corifeu de Azevedo Marques, e 2, na avenida Escola Politécnica, estão abertos para veículos. Os ônibus circulares que passam por dentro da USP estão entrando pelo portão 3.
O Sintusp (Sindicato dos Funcionários da USP) afirma que os três portões da Cidade Universitária foram bloqueados. Uma passeata na região está prevista para começar após as 13h. Os manifestantes devem sair do portão 1 e caminhar pela avenida Vital Brasil até a avenida Corifeu de Azevedo Marques, chegando ao portão 3 do campus. De lá, os grevistas devem seguir pela avenida Politécnica até o portão 2.
Em nota, sindicato informou que a ocupação "é uma resposta ao absurdo corte dos salários de milhares de trabalhadores por exercerem o direito constitucional de greve".
A nota é complementada com a informação de que estudantes e trabalhadores da Universidade de São Paulo participarão deste "trancaço" total. Os funcionários da universidade também fizeram manifestações em maio deste ano, com o objetivo de pressionar o reitor Marco Antonio Zago a aumentar os salários. Sem negociação com a direção da universidade, uma greve recomeçou no dia 27 do mesmo mês.
USP consegue liminar para impedir piquetes de grevistas
Leia mais notícias de Educação no R7
Também em nota, a USP lamenta a "ação intransigente do sindicato que resultou na ação arbitrária de manter bloqueados, desde o dia 4 de agosto, o acesso ao prédio da Reitoria, descumprindo ordem judicial". A instituição afirma que "desde o início desta gestão, tem sido levado ao conhecimento da comunidade acadêmica e da sociedade em geral o comprometimento orçamentário da Universidade com folha de pagamento muito acima dos recursos disponíveis e que ainda que seja justa a demanda por reajuste salarial, nesse contexto, qualquer correção implicaria aumento de gastos com pessoal com os quais a USP não pode arcar".
Ainda segundo as informações passadas na nota, "a USP gasta R$ 90 milhões por mês a mais do que recebe e, nesse ritmo, deve fechar o ano com déficit de R$ 1 bilhão e sempre manteve as portas do Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) abertas às negociações, que, contrariamente ao divulgado pelos sindicatos, nunca foram fechadas, e agendou, para 3 de setembro, a sexta reunião, desde 12 de maio, para a discussão da data-base".