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MP regula acesso à internet para estudantes da rede pública

Texto altera lei, mas MEC deve destinar verba aos estados e ao DF, que atuarão em colaboração com seus municípios

Educação|Do R7

MP amplia prazo para governo repassar recursos para internet nas escolas públicas
MP amplia prazo para governo repassar recursos para internet nas escolas públicas MP amplia prazo para governo repassar recursos para internet nas escolas públicas

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), editou uma Medida Provisória que permite a organização orçamentária para ações que garantam conexão de internet para alunos e professores da rede pública do país. A MP altera a lei que garante recursos para a conectividade nas escolas nesse período de pandemia, principalmente quanto aos prazos de envio da verba.

A lei exigia a distribuição de R$ 3,5 bilhões para escolas públicas 30 dias após a publicação do texto no DOU (Diário Oficial da União), o que seria no início deste mês de agosto. Antes de publicar a MP, o Executivo já havia entrado com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal), que não suspendeu a lei, mas estendeu o prazo de cumprimento para até a quarta-feira (4). No mesmo dia, o presidente publicou a medida provisória que retira o prazo na edição extra do diário.

O argumento do governo é que a lei "criou situação que ameaça gravemente o equilíbrio fiscal da União, mediante o estabelecimento de ação governamental ineficiente, que obstará o andamento de outras políticas públicas".

A medida provisória regulamenta e visa a organização orçamentária e operacional pelo MEC (Ministério da Educação) das transferências de valores aos estados e ao Distrito Federal para o acesso à internet, com fins educacionais, principalmente após a pandemia de covid-19, que impôs o isolamento social e as aulas remotas aos estudantes, com um prazo a ser definido. 

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A iniciativa permite a adequação de prazo para o repasse dos recursos da lei — a lei exigia o repassse de verbas em 30 dias. Segundo o governo, a MP também "regulamentará os aspectos não abarcados pelo normativo em vigor, tais como os mecanismos elementares necessários à efetividade da ação para o seu alinhamento com o real o problema escolar causado pela pandemia, uma vez que a legislação em voga não contém critérios mínimos que garantam que a aquisição de terminais portáteis que possibilitem acesso a rede de dados móveis venha a sanar o problema que se pretende que seja resolvido com a norma."

O texto destaca que os recursos "serão aplicados de forma descentralizada, mediante transferências da União aos Estados e ao Distrito Federal, de acordo com o número de professores e de matrículas".

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A MP prevê ainda que estados e DF deverão atuar em regime de colaboração com seus municípios, na forma regulamento a ser editado pelo governo federal. 

O que diz a lei

A lei nº 14.172/21 garante a estudantes e professores das redes públicas do país acesso acesso à internet. O governo federal deverá enviar R$ 3,5 bilhões aos estados e municípios para garantir a conectividade de banda larga às escolas até 2024. De acordo com o texto, os recursos devem vir do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) e deveriam ser repassados pelo governo em 30 dias.

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De acordo com o texto publicado no DOU, "a União entregará aos Estados e ao Distrito Federal o valor de R$ 3.501.597.083,20 para aplicação, pelos Poderes Executivos estaduais e do Distrito Federal, em ações para a garantia do acesso à internet, com fins educacionais, aos alunos e aos professores da rede pública de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em virtude da calamidade pública decorrente da covid-19."

Posicionamento dos ministros

Em seus pronunciamentos o ministro da Educação, Milton Ribeiro, destaca a importância das escolas conectadas, mas aponta "que está comprometido com os recursos públicos." Ribeiro considera "que não segue os critérios de políticas públicas e não é financeiramente viável." 

Já o ministro das Comunicações, Fábio Faria, compareceu à comissão que debate as ações do enfrentamento à covid-19 na última segunda-feira (2). Os senadores queriam ouvir do ministro as providências do governo federal para a instalação de internet nos estabelecimentos de ensino, no esforço de retorno às aulas de maneira segura. Faria afirmou que o leilão do 5G deverá atender as escolas sem acesso à internet. “Hoje nós temos 40 milhões de pessoas sem internet no país. Nós temos hoje, no Brasil, 140 mil escolas. O leilão de 5G vai atender 100 % das escolas”, disse o ministro.

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