Cerca de 60 alunos participam da ocupação na zona leste de SP
Caroline Apple/R7Os alunos que ocupam a Escola Estadual Presidente Salvador Allende Gossens, em Itaquera, na zona leste de São Paulo, desde a manhã desta quinta-feira (12), organizam o protesto com base na cartilha elaborada durante "A revolta dos pinguins". O movimento, realizado por estudantes secundaristas da Argentina e do Chile em 2006 pedia melhora na educação pública daqueles países.
A ocupação, que teve início por volta das 4h30, é realizada por cerca de 60 alunos, que estão sendo apoiados por integrantes de movimentos sociais. A cartilha é utilizada como base para definição de comissões e funções dos alunos.
Pelo menos seis escolas da Grande São Paulo estão ocupadas em protesto contra o fechamento de unidades, anunciado pelo governo estadual no mês passado. A medida faz parte de uma reestruturação da rede estadual de ensino que irá unir em uma mesma unidade escolar alunos do mesmo ciclo.
O R7 entrou na escola ocupada na tarde desta quarta-feira. O protesto é pacífico e os alunos se distraem fazendo música, jogando bola, pebolim e produzindo cartazes com palavras de ordem. B.F, de 15 anos, é aluna do primeiro ano e faz parte da comissão da cozinha. Ela afirma não entender a intenção do governo de fechar a escola para, segundo ela, abrir uma Etec (Escola Técnica Estadual).
— Tem um prédio aqui do lado que foi construído para ser uma Etec. Hoje ele está dominado por usuários de droga. Querem nos mandar para uma escola longe daqui.
Os alunos limparam a escola e chegaram até a desentupir privadas. Cartazes com a frase "escola ocupada" estão colados pelas paredes.
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado informou que a "Diretoria de Ensino lamenta a ação que interrompeu as aulas e provocou o fechamento da Escola Estadual Presidente Salvador Allende Gossens". A administração esclarece que a Polícia Militar está no local para garantir o controle da situação e a integridade de alunos e professores. Ainda segundo a pasta, um boletim de ocorrência foi registrado pela direção da escola e o Conselho Tutelar foi acionado.
De acordo com a secretaria, "a escola atende os ensinos Fundamental II e Médio e tem apenas 26% de sua capacidade. Os estudantes do Ensino Médio e 8º e 9º anos do Ensino Fundamental serão transferidos para a Escola Estadual Professor Francisco de Assis Pires Corrêa, que fica 1,3 km distante da escola de origem. Já os alunos do 7º ano do Ensino Fundamental serão transferidos para a Escola Estadual Professora Maria de Lourdes Aranha de Assis Pacheco, que está a 1,1 km. Ambas têm capacidade para absorver toda a demanda. O prédio será disponibilizado, mas continuará servindo à educação, podendo ser utilizado como creche, escola municipal ou de ensino técnico. Todas as providências estão sendo tomadas e a administração regional permanece à disposição para mais esclarecimentos".
No próximo dia 14, as unidades da rede estadual estarão abertas para receber pais e responsáveis a fim de esclarecer dúvidas e dar todas as informações sobre o processo de reorganização das escolas.
São Paulo tem seis escolas estaduais ocupadas em protesto contra fechamentos de unidades
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