A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou, por meio de nota, que a Polícia Militar só vai cumprir a reintegração de posse no Centro Paula Souza, ocupado por estudantes há uma semana, quando forem suspensas as exigências do juiz Luis Manuel Fonseca Pires. Em nota, a pasta diz considerar abusivas e ilegais determinações como a presença do secretário Alexandre de Moraes durante a ação e a proibição do uso de armas letais e não letais por parte dos policiais.
Segundo o texto, o cumprimento das recomendações pode colocar em risco a segurança dos estudantes. “A análise sobre a necessidade ou não de porte de armas, inclusive não letais, deve ser feita pela Polícia Militar, para garantir a integridade dos próprios manifestantes, como forma de mitigar atos mais enérgicos ou que possam ocasionar maior dano às pessoas, e segue estritamente a legalidade [...]”, diz a nota.
Sobre a exigência do secretário durante a reintegração, a SSP afirmou que não compete ao Poder Judiciário determinar quem irá comandar a operação policial.
A pasta solicitou à Procuradoria Geral do Estado que “adote todas as providências cabíveis para afastar as ilegalidades, permitindo o integral cumprimento da ordem judicial”.
Veja imagens da entrada da PM no centro ocupado por estudantes em SP
Permanência
Mesmo com a decisão judicial pela reintegração de posse, os estudantes decidiram manter a ocupação e resistir à ação da Polícia Militar, que poderia ter acontecido às 10h ou será as 14h. O grupo tinha até as 9h para sair do local.
"Decidimos continuar ocupando e resistir à Polícia Militar. Não vamos sair", explicou a estudante Vanessa Alves, de 16 anos. Aluna da Escola Estadual Gavião Peixoto, em Perus, zona norte de São Paulo, Vanessa foi uma das protagonistas da tomada de seu colégio na onda de ocupações em 2015.
Os alunos ocupam o Centro e ao menos 11 escolas técnicas estaduais em ação que começou na semana passada para reivindicar melhoria na merenda dos colégios.
Pelo menos cem estudantes e militantes de movimentos sociais participam da ocupação nesta quinta-feira (4). Eles tocam tambores como forma de "aquecimento" enquanto aguardam a chegada da Polícia Militar. A decisão de reintegração foi deferida nesta quarta-feira depois de uma audiência de conciliação entre o órgão e os alunos ter terminado sem acordo.
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