Ao menos 100 candidatos aprovados em concursos públicos recentes no Distrito Federal serão exonerados e processados por fraude, acusados de comprarem a vaga de emprego. A descoberta faz parte de uma megaoperação da Polícia Civil do Distrito Federal, em conjunto com a Polícia Civil de Goiás, que desmantelou nesta segunda-feira (30) uma quadrilha que vendia vagas em concursos públicos.
De acordo com a Polícia Civil do DF, a quadrilha cobrava um sinal dos candidatos com valor entre R$ 10 mil e R$ 20 mil, além de um complemento correspondente a 20 vezes o salário da vaga.
"Para pagar a organização criminosa, a pessoa fazia um empréstimo consignado", disse o delegado Adriano Valente.
Para burlar o concurso, a quadrilha usava celulares e pontos eletrônicos no momento da prova. Segundo as investigações, um ex-funcionário da Cespe (Centro de Seleção e Promoção de Eventos), ligado à UnB (Universidade de Brasília), participava do esquema.
O funcionário em questão, que já foi demitido, foi flagrado em vídeo substituindo cartões de resposta dos candidatos que compravam a vaga.
Em nota, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) afirma que "foram adotadas todas as medidas para uma aplicação segura, que garanta isonomia entre os participantes e tranquilidade para realização das provas. O esquema de segurança do Enem 2017 foi reforçado. Pela primeira vez, as provas serão personalizadas, com identificação do nome e número de inscrição do participante. Será usado, de forma inédita, um detector de ponto eletrônico. Além disso, todos os requisitos de 2016 foram garantidos, como a identificação biométrica, o detector de metal nas portas dos banheiros e escoltas para entrega das provas, inclusive no retorno."