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Professor de matemática cria jogo de tabuleiro para facilitar aprendizado dos alunos
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Ensino diversificado poder ser incluído em outras séries, como as do ensino fundamental
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Tabuleiro é feito de materiais recicláveis para incentivar a preservação do meio ambiente
Aprender matemática não precisa ser chato
Divulgação CPSO professor de matemática Fábio Aparecido, da Etec (Escola Técnica Estadual) Cônego José Bento, localizada em Jacareí, criou um jogo de tabuleiro para ensinar aritmética de forma mais leve e didática na sala de aula.
"Aqui na Etec, procuramos trabalhar a matemática dentro de quatro habilidades, que são: leitura, interpretação, concentração e raciocínio lógico. O jogo surgiu após utilizar o sudoku por vários anos; num determinado momento, senti que os alunos não estavam tendo o mesmo entusiasmo que antes", conta Fábio Aparecido.
No início da pandemia, período em que os alunos estudaram no formato online, o jogo surgiu como uma alternativa para que eles pudessem aprender mais sobre matemática e se sentissem motivados durante as aulas. "A partir daí, comecei a pensar numa alternativa e utilizar os princípios do sudoku, que combina os números de 1 a 9, sem repetição, mas com a soma de linhas e colunas", conta. Após inúmeras tentativas, o professor descobriu uma maneira de transformar o jogo em vários desafios.
Jogo é feito de material reciclável
Foto: Arquivo pessoal - Fábio AparecidoEle foi batizado de Gondol — palavra que significa pensar em húngaro —, o jogo da permutação. "Foi uma homenagem ao criador do cubo mágico, Ernõ Rubik, que é um dos projetos principais dentro das aulas de matemática. A permutação refere-se a um dos princípios do conteúdo da matemática, que é a análise combinatória, a base fundamental do jogo."
O Gondol funciona assim: "Somente podem ser usados números de 1 a 9, sem repetição; as linhas e colunas, quando somadas, terão como resultado os valores em negrito; cada desafio poderá ter de uma a três soluções para o mesmo jogo". Os números presentes nas linhas e colunas são a soma das tampinhas.
Linhas: 9 + 7 + 8 = 24; 6 + 5 + 2 = 13 e 4 + 3 + 1 = 8
Colunas: 9 + 6 + 4 = 19; 7 + 5 + 3 = 15 e 8 + 2 + 1 =11.
Além de trabalhar competências de raciocínio lógico, leitura e interpretação, o Gondol é feito de material reciclável, o que contribui para a preservação do meio ambiente. Outro fator bem interessante é que o jogo permite o trabalho manual dentro da sala de aula ou em casa, pois não precisa de fórmulas matemáticas e pode ser resolvido de maneira simples.
Atualmente, o jogo está inserido em mais de cem escolas espalhadas pelo Brasil, públicas ou privadas. O novo método de ensino ajuda principalmente estudantes que possuem dificuldade e necessitam de atenção. Também pode ser jogado por crianças a partir dos 7 anos.
O professor explica que seus alunos gostam do jogo porque não é repetitivo e os resultados são diversificados. "Com vários tipos de desafios, aqui na Etec de Jacareí os alunos acabam quebrando um muro que existe entre eles e a matemática. Para ter uma ideia, eu apresento esse desafio todas as semanas. Nas aulas em que não é possível jogar, muitos ficam cobrando a atividade."
Assim como muitos estudantes que não têm afinidade com a matéria, Fábio passou pela mesma situação na infância, mas um momento marcante o fez tomar gosto pelos números e pelas fórmulas.
"Sempre tive dificuldade na matéria. Em todos os anos do ensino fundamental eu ficava de recuperação. A matemática, até então, não fazia sentido na minha vida, e quem me ajudava eram os próprios colegas de sala. Só comecei a gostar de matemática no ensino médio, porque a professora ensinava a matéria com linguagem de programação de computadores, que na época era o Basic", lembra o professor.
* Estagiária do R7, sob supervisão de Karla Dunder