O sindicato afirmava que, neste ano, o governo estadual fechou 2.704 classes em suas escolas
Reprodução/ ApeoespA Secretaria da Educação do Estado de São Paulo diz que o percentual de faltas de professores nesta terça-feira (24), dez dias após o início da greve, foi de 2,5% em todo o Estado. Já a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo) afirma que aproximadamente de 60% da categoria aderiu à paralisação iniciada no dia 16 de março.
"A Secretaria de Educação impediu que os comandos de greve entrassem nas escolas e isso fez com que o movimento crescesse muito no início desta semana", disse Maria Izabel Noronha, presidente do sindicato.
O Estado tem cerca de 5.300 escolas. Segundo a Secretaria, o percentual de professores faltosos corresponde à média diária de ausências nas escolas, e “todas as ausências pontuais são substituídas pelo quadro de professores eventuais”.
A expectativa do sindicato é de que até sexta-feira (27) a adesão chegue a 80% do total de professores inscritos no Estado.
Às 14h desta sexta-feira, os docentes realizarão uma assembleia geral, no vão livre do MASP (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista, para definirem os rumos da paralisação.
Sem acordo
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo divulgada nesta quarta-feira (25) diz que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) descarta encontro com professores para discutir acordo de reajuste salarial.
Ainda segundo o jornal, o secretário estadual de educação, Herman Voorwald, diz ter sido surpreendido pela grave, uma vez que havia se comprometido a desenvolver um plano de reajuste durante a sua gestão.
Em nota, a Secretaria da Educação afirma que, recentemente, foi realizado em conjunto com os servidores um plano de carreira que estabeleceu aumento acumulativo de 45% em quatro anos. Segundo o órgão, a medida levou o piso salarial paulista a ficar 26% maior do que o nacional.
Os professores “ainda podem conquistar o reajuste salarial anual de 10,5% por meio da valorização pelo mérito”, diz um dos trechos da nota.
Reinvindicações
Os docentes reinvindicam 75% de aumento salarial como necessário para a equiparação salarial com os profissionais de ensino superior completo (como determina o Plano Nacional de Educação).
Além disso, exigem a plena aplicação da jornada do piso, a reabertura de classes fechadas, o imediato desmembramento das salas superlotadas, uma nova forma de contratação de professores temporários, aumento dos vales transporte e refeição, transformação do bônus em reajuste salarial e água em todas as escolas para todos.
Na nota de convocação para a assembleia em que a greve foi aprovada, o sindicato afirmava que, neste ano, o governo estadual fechou 2.704 classes em suas escolas, de acordo com levantamento parcial da entidade.
O texto diz também que o governo cortou verbas, deixou escolas sem materiais básicos, e não contornou a falta de água em algumas escolas.