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Conheça a trajetória de vida de José Serra, candidato a prefeito de São Paulo

Com longa experiência em cargos públicos, tucano chega à quarta eleição para prefeito

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Nelson Antoine/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Serra comemora passagem para o segundo turno com 30,75% do votos válidos

Dois anos depois de perder pela segunda vez a disputa pela Presidência da República, José Serra (PSDB) voltou aos palanques em 2012, desta vez para tentar voltar à Prefeitura de São Paulo. Após uma campanha de altos e baixos, ele chega ao segundo turno apostando na experiência política como trunfo eleitoral.

Aos 70 anos, Serra já ocupou diversos cargos no poder público, o que lhe dá a fama de administrador eficiente. Apesar da derrota em 2010, Serra venceu muitas eleições, como a Prefeitura de São Paulo em 2004 e, dois anos depois, o governo estadual. Discreto, Serra repete frequentemente que não lhe falta carisma, o que lhe sobra é timidez.

Serra nasceu pobre no bairro da Mooca em 1942. Ele costuma falar de sua ascendência italiana e dos ganhos modestos do pai, vendedor de frutas no Mercado Municipal. Estudioso, Serra ingressou no curso de engenharia civil na USP (Universidade de São Paulo) em 1960. Foi quando interessou-se pela militância estudantil e ajudou a fundar a AP (Ação Popular), entidade católica que o ajudou a chegar à presidência da UNE (União Nacional dos Estudantes) em 1963. O golpe militar do ano seguinte, no entanto, o tornou um perseguido da ditadura militar, o que o obrigou a abandonar o curso e se exilar primeiro na França e depois no Chile, onde cursou mestrado em economia.

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Estabilizado no país vizinho, Serra se casou com a bailarina Mônica, com quem tem dois filhos. Como ajudou o governo socialista de Salvador Allende, ele foi obrigado a se refugiar nos Estados Unidos após o golpe militar de 1973 liderado pelo general Augusto Pinochet. Exilado duplamente, Serra fez mais um mestrado em economia e doutorado em ciências econômicas na Cornell University. Ainda nos Estados Unidos, foi convidado para dar aulas em Princeton.

O hoje candidato a prefeito voltou ao Brasil depois de 14 anos, em 1978. No ano seguinte, foi anistiado e passou a dar aulas na Unicamp (Universidade de Campinas).

Política

A vida na política oficial não demorou. Em 1982, foi convidado por Franco Montoro, governador de São Paulo recém eleito, a comandar a Secretaria Estadual de Planejamento, que só deixou em 1986 para se candidatar à Câmara dos Deputados pelo PMDB.

Eleito naquele ano, foi reeleito em 1990 já pelo PSDB, legenda que ajudou a fundar dois anos antes com outros descontentes com o PMDB, como ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Serra começa a ascensão nacional em 1994, ano em que se elege senador, cargo do qual se licenciou para assumir o Ministério do Planejamento. Em 1996, foi derrotado na eleição para prefeito de São Paulo, disputa que também havia perdido em 1991.

Com a reeleição de Fernando Henrique em 1998, Serra foi alçado ao Ministério da Saúde, de onde só saiu em 2002 para tentar suceder FHC. Foi quando sofreu nova derrota nas urnas.

Quando finalmente vence a disputa pela prefeitura paulistana em 2004, Serra deixa o cargo em 2006 para disputar o governo do Estado, que também venceu. Em abril de 2010, nova renúncia, dessa vez para se candidatar à Presidência. Derrotado por Dilma Rousseff, Serra volta agora aos palanques depois que o PSDB concluiu que faltava nomes de expressão no partido para vencer o PT, em ascensão após a vitoria presidencial.