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Ex-candidatos do PSDB deixam partido e declaram apoio a Haddad

Antigos tucanos reclamam de falta de apoio de Serra na disputa por vagas na Câmara

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Na última segunda-feira (22), o PSDB sofreu duas baixas em suas fileiras. Dois antigos militantes da sigla que disputaram uma vaga de vereador em São Paulo - e não se elegeram - anunciaram que estão abandonando o ninho tucano para apoiar o petista Fernando Haddad na disputa.

Após vinte anos de militância no PSDB, Luciano Gama e o pastor Hideraldo Pagliarin se desfiliaram do partido fazendo duras críticas à alta cúpula tucana e ao candidato do partido a prefeito de São Paulo, José Serra.

As falas mais incisivas ficaram por conta de Gama:

- Nós vemos um discurso intolerante e posturas extremadas na condução do processo político do PSDB e da campanha do candidato majoritário. Como não concordo, resolvi me retirar. Não se faz uma cidade justa e democrática para a população na base da porrada, do cassetete, da intolerância e do preconceito.

Segundo o candidato derrotado, existem outras lideranças tucanas insatisfeitas que devem deixar o partido em breve. A causa seria a formação do “chapão” com siglas que apoiam a candidatura de Serra na eleição para vereadores, tirando espaço de outros candidatos tucanos.

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Sem o chapão, os tucanos teriam 110 candidatos ao Legislativo. Após a coligação com PR, DEM e PSD, o número de tucanos na disputa caiu para 35.

- Ou seja, 75 lideranças foram podadas. Pessoas que já tinham feito um trabalho e se preparado para serem candidatas acabaram sendo alijadas do processo. Isso causou um desconforto muito grande.

Enquanto esteve no PSDB, Gama teve cargos na Subprefeitura da Sé, na Secretaria da Fazenda, na Secretaria de Subprefeituras, na presidência da CDHU e na Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano do Estado, onde trabalhou com Edson Aparecido, um dos coordenadores da campanha de Serra.

Ele diz que, caso tivesse sido eleito - conseguiu 12.154 mil votos -, teria uma postura diferente da que adotou.  Seu companheiro dissidente, o pastor Hideraldo, foi um pouco melhor, com 16.137.

- Aí, é outro cenário. Provavelmente não sairia, até pela questão da lei de fidelidade partidária, teria um mandato, né? Mas continuaria infeliz, num casamento que não me faria contente.

Para Gama, o fato de ter apoiado a candidatura do secretário de Energia do Estado, José Aníbal, contra Serra nas prévias do PSDB em março deste ano foi determinante para o boicote que sofreu do candidato tucano.

- Tem tudo a ver. O Serra tem uma forma muito rasteira de fazer política. E como não tem coragem de um debate direto, ele usa essas formas transversais de agredir as pessoas, puxar tapete, acusar, plantar nota na imprensa e dissimular. Enfim, é uma forma antiga de fazer política.

A reportagem do R7 procurou o Diretório Municipal do PSDB, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.